Parece que, pelo menos nos Estado Unidos, as novas regras impostas pelo Netflix, que obrigam os utilizadores a pagarem pela partilha de contas em casas diferentes, tiveram o efeito desejado pela empresa. De acordo com os dados publicados por uma empresa de estudos de mercado, nos Estados Unidos, o Netflix ganhou mais subscritores nos quatro dias após implementar as novas regras do que em períodos semelhantes desde 2019.
Antes de as novas regras entrarem em vigor, cerca de um terço dos utilizadores do Netflix nos EUA partilhavam as suas contas com alguém que não vivia na mesma casa. A 23 de Maio deste ano, a empresa começou a enviar emails aos utilizadores que avisavam os utilizadores que teriam de pagar um valor extra se quisessem continuar a partilhar o acesso ao serviço.
O Netflix verifica todos os comportamentos da conta que está no local registado como sendo a casa principal, incluindo o identificador dos dispositivos e os endereços IP. Ao adicionar um qualquer utilizador que não use o mesmo endereço IP público, terá de ser pago um valor extra à mensalidade, que nos EUA é de 7,99 dólares por mês (3,99 euros em Portugal). O Netflix permite adicionar mais um utilizador na opção Standard e mais 2 na opção Premium.
As novas regras também obrigam os utilizadores a ligarem-se ao serviço pelo menos uma vez por mês. Se quiserem usar o Netflix em viagem, a empresa aconselha os utilizadores a ligarem-se às suas contas em casa imediatamente antes de saírem. O Netflix pode ser usado fora de casa durante 31 dias até ser necessário voltar a ligar-se nesse local.
Os dados publicados pela empresa de análise de tráfego de Internet. Antenna, indicam que entre 25 e 28 de Maio deste ano, o Netflix ganhou, em média, 73000 novos utilizadores por dia nos Estados Unidos, a maior subida em três dias desde 2019. Após a implementação das novas regras houve também um grande aumento nos cancelamentos, mas os ganhos conseguiram suprimir as perdas.
A Antenna consegue detectar os utilizadores que pagam subscrições através dos sites dos serviços, apps para dispositivos móveis e set-top boxes. Não consegue contar os utilizadores que usam os períodos de teste gratuitos, subscrições pagas por empresas ou de utilizadores em territórios americanos ultramarinos.
