Como criar conteúdos com IA – Parte 1

Por: Alexandre Gamela
Tempo de leitura: 2 min
Imagem - Depositphotos

Bem-vindos à era dos conteúdos sintéticos produzidos em massa por um só utilizador e ferramentas de inteligência artificial. Vejam como produzir texto, vídeo, áudio e imagens sem terem que aprender a fazer essas coisas. A primeira parte é sobre questões práticas. A segunda, é sobre as consequências.

Há dias, vi um vídeo no YouTube totalmente criado com ferramentas de inteligência artificial (IA). A receita é simples:

  • Escolham um tema no Google Trends com uma keyword valiosa;
  • Peçam ao ChatGPT um guião para o YouTube sobre o tema;
  • Colem o resultado no voicebooking.com ou no play.ht, para gerar narração artificial;
  • Usem o texto para gerar um vídeo no Lumen5, adicionem a voz artificial ou até um apresentador sintético com o Synthesia.io;
  • Publiquem nas redes.

Se forem escrupulosos, verifiquem se a informação está correcta e façam uma edição audiovisual mínima. Parabéns, criaram mais um conteúdo para a Internet em meia hora! Ou, como é uma receita, um Big Mac digital.

E agora? É fazer mais até entupir as redes com produtos enlatados. Estamos na Idade Industrial dos conteúdos digitais, produzidos em série, de baixo custo e qualidade. Big Macs não dão memórias culinárias excepcionais, nem são o que o mau marketing chama de produto diferenciador, de valor mais elevado. Mas a culpa não é da inteligência artificial.

A minha experiência com ferramentas IA tem sido boa. Os resultados estão, muitas vezes, implicados nas perguntas que coloco, gerando uma espécie de Cadáver Esquisito ou escrita automática digital que abre possibilidades e acelera processos criativos. São o que são: ferramentas. Nunca a matéria prima.

Os conteúdos IA, assim como todos os produtos com grande quantidade de ingredientes artificiais, deveriam ter a sua composição à vista para alertar quem não distingue fast food de uma refeição caseira. Apesar de a maioria preferir o artificial.

Na próxima parte, vou falar dos problemas, vantagens e consequências desta Revolução na produção de conteúdos, a terceira maior desde Gutenberg.

A mirar o espelho negro das redes sociais desde ainda antes de haver uma série de TV sobre isso.
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