3dfx poderá estar de volta 20 anos depois?

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 5 min
By: Vermaden @DeviantArt

Será que a Nvidia e a AMD irão ter mais um rival, ou será que alguém decidiu criar uma conta falsa no Twitter e lançar um rumor pelo qual ninguém esperava? Aparentemente alguém criou uma conta de Twitter da 3dfx Interactive, e anunciou que no próximo dia 5 de Agosto, será anunciado o regresso desta histórica marca.

Esta publicação, 20 anos após ter entrado em bancarrota e a Nvidia ter adquirido todas as propriedades intelectuais por 70 milhões de dólares, poderá ser simplesmente uma piada originada por entusiastas, ou será que alguém decidiu recuperar a marca para comercializar placas gráficas da AMD ou da Nvidia? Só daqui a alguns dias é que saberemos a verdade sobre este anúncio.

Um pouco de história…

A 3dfx Interactive é um dos mais antigos fabricantes de placas gráficas 3D dedicadas do mercado, tendo lançado no mercado, no final de 1996, o seu primeiro produto, a Voodoo Graphics, que consistia numa placa aceleradora 3D com 4MB de memória EDO RAM, e que trabalhava em conjunto com a placa gráfica 2D do sistema, através de um cabo pass-through VGA, o que originava uma significativa perda na qualidade da imagem.

Mais tarde, em 1997, lançaram a Voodoo Rush, a sua primeira solução integrada com gráficos 2D e 3D, embora em chips distintos que, devido à partilha da memória gráfica presente, acabariam por oferecer um pior desempenho que a Voodoo Graphics original.

No ano seguinte lançaram a Voodoo 2, aquela que verdadeiramente revolucionou o mercado, através da utilização de três chips, e a possibilidade de utilização de uma segunda placa gráfica em paralelo, para aumentar o desempenho. Foi assim criada a tecnologia SLI (Scan-Line Interleave), mas esta exigia à mesma a utilização de uma placa gráfica 2D dedicada.

Mais tarde, nesse mesmo ano, lançaram a Banshee, uma gráfica com processamento 2D e 3D integrado, tal como as soluções rivais da ATI, Nvidia e Matrox. Esta utilizava a mesma arquitectura 3D da Voodoo2, mas tinha como defeito a utilização de apenas uma TMU (Unidade de Mapeamento de Texturas), o que reduzia significativamente o seu desempenho em videojogos com grafismo mais complexo, como múltiplas texturas em cada polígono.

Com a Voodoo3, a 3dfx mudou de estratégia, e decidiu tornar-se fabricante único (usando a fusão com a STB Systems), em vez de licenciar as suas tecnologias para outros fabricantes, como tinha acontecido até então. Esta estratégia revelou ser um fracasso, e permitiu atribuir a liderança de mercado à Nvidia, já que esta tinha o apoio de vários fabricantes, e tinha na sua RIVA TNT2 uma solução tecnologicamente mais avançada que a Voodoo3.

Com a Voodoo4 e Voodoo5, a 3dfx daria o seu último folego, num mercado já claramente dominado pela Nvidia e pela ATI. Esta família de placas gráficas utilizada o novo processador gráfico VSA-100, que recorrendo a uma arquitectura paralela, permitia a sua utilização aos pares, em soluções de duplo processador, como a Voodoo5 5500 e de quatro processadores, com a Voodoo5 6000. Embora tivesse um desempenho equiparável à Nvidia GeForce 256 e à ATI Rage 128 Max, demorou tanto tempo a chegar ao mercado que já não conseguia rivalizar com a mais moderna GeForce 2 GTS e a Radeon DDR, que eram superiores tanto em desempenho como em funcionalidades.

 

No final do ano 2000, os credores da 3dfx Interactive acabariam por iniciar o processo de bancarrota, já que a empresa não tinha mais condições para ser viável. Toda a propriedade intelectual acabaria por ficar nas mãos da Nvidia, e as equipas de desenvolvimento acabariam por se dividir, com parte a ingressar a Nvidia, que os utilizaria para o desenvolvimento da família GeForce FX, e a outra parte por ingressar na ATI, tornando-se responsáveis pelo desenvolvimento da família Radeon X Series, e da tecnologia CrossFire.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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