Qual é a diferença entre um Modem, um router e um ponto de acesso wifi?

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 7 min

Ligar um dispositivo à Internet parece uma coisa simples. Liga-se ao seu wi-fi, abre o browser e é tudo. Mas, quando algo corre mal, pode estar na altura de actualizar o seu equipamento para algo um pouco mais rápido e para isso é necessário perceber o que cada caixa faz. Aqui fica um guia que explica para que serve todo o material que mantém a sua rede doméstica a funcionar.

 

Modem

Um modem é o dispositivo que liga à Internet. O sinal de ligação vem através de cabo, fibra óptica ou linha telefónica até ao sítio onde vive e é ligado ao modem. Os modems transformam a informação digital que sai do seu computador num sinal analógico, que pode ser enviado através da ligação de cabo ou linha telefónica para o resto da Internet e também faz o inverso. A estes processos chama-se MOdulação e DEsModulação, daí o nome.

Um modem ADSL da DLink.

No caso português, a maioria dos ISP fornecem aos clientes routers que já incluem os modems, mas podem existir aplicações em que o modem é um dispositivo separado.

 

Routers

Um router serve para ligar vários computadores ao modem. Se tiver apenas um único computador em casa, pode ligá-lo directamente ao modem para aceder à Internet. No entanto, a maioria das pessoas têm mais do que um dispositivo para aceder à Internet e os modems apenas têm uma única ligação interna e por isso não conseguem enviar dados para vários dispositivos ao mesmo tempo.

Router LinkSys.

Por isso é necessário um dispositivo que ligue todos os dispositivos entre si e também à Internet através de cabos de rede ou por wi-fi. Para conseguir uma comunicação sem falhas, os routers também tratam da gestão dos endereços IP de todos os dispositivos na rede – um endereço IP funciona como um identificador para que o router saiba que uma determinada informação chega ao dispositivo certo. Funciona assim: o modem recebe a informação vinda da Internet e envia-a para o router, que, por sua vez, a envia para o dispositivo que a pediu.

Entradas ethernet de um router.

A uma rede criada desta forma chama-se uma ‘Local Area Network’ (LAN), ou em português: ‘Rede Local’. À grande rede que conhecemos por ‘Internet’ também se pode chamar Wide Area Network (WAN).

Existem routers que não incluem funcionalidades que permitem a criação de rede sem fios, ou wi-fi, e é aqui que entra o próximo dispositivo de que vamos falar.

 

Pontos de acesso wi-fi

No passado, todos os computadores só podiam estar ligados à Internet através de cabos. Hoje em dia, podemos ligar todos os tipos de dispositivos da rede doméstica através de uma rede sem fios, ou wi-fi. Para o conseguir fazer é necessário um dispositivo que consiga emitir um sinal rádio para transportar a informação.

Um kit Google Wi-fi com três pontos de acesso.

Os pontos de acesso wi-fi ligam-se ao router, normalmente através de um cabo e comunicam com os dispositivos ligados através de onda rádio. A maioria dos routers modernos incluem pontos de acesso para criar redes sem fios, mas também é possível comprar pontos de acesso wi-fi em separado, como os Google Wi-Fi, que permitem aumentar a área coberta pela rede wi-fi muito para além do alcance da rede de um router acrescentando mais pontos de acesso.

Um ponto de acesso wi-fi.

Os dispositivo Google Wi-Fi permitem a criação de redes “mesh” (rede em inglês). Este tipo de redes sem fios permite a utilização de vários pontos de acesso sem fios, que comunicam entre si para aumentar e optimizar a recepção do sinal, para além de oferecer funcionalidades de segurança e gestão da rede mais avançadas.

 

Switches

Todos os routers têm entradas Ethernet (rede com fios), mas, dependendo da classe e do tamanho do router, essas entradas podem não ser suficientes para ligar todos os seus dispositivos, principalmente aqueles que ganham mais por estarem ligados desta forma, como consolas de jogos e computadores para jogos. Ao contrário dos routers, o switches não têm a capacidade de atribuir endereços IP aos dispositivos, servem apenas para dirigir os tráfego da informação de e para os vários dispositivos na rede.

Um switch TP-Link.

Se as entradas Ethernet do router não forem suficientes, pode usar um switch para acrescentar mais. Basta ligar os dispositivos ao switch e depois ligar o switch ao router. Existem vários tipos de switches, com várias quantidades de ligações e com ou sem gestão. Estes últimos permitem, por exemplo, atribuir prioridades na largura de banda disponível para comunicação em dispositivos específicos e criar regras.

Nas redes domésticas usam-se normalmente switches sem gestão por serem mais baratos e menos complicados de operar.

Como pode ver pela imagem, os hubs são fisicamente semelhantes aos switches, mas muito mais limitados.

Existe um outro tipo de dispositivos que são muito semelhantes ao switches: os hubs. Um hub pode ser considerado uma versão menos inteligente de um switch. Porque, ao contrário dos switches, que conseguem identificar para onde é que estão a enviar a informação, os hubs recebem a informação e copiam-na para todos os dispositivos que estiverem ligados a ele. Estes dispositivos já são muito pouco usados no contexto das redes domésticas.

 

Tudo em um

Como já foi mencionado antes neste texto, os routers modernos já incluem o modem, router e o ponto de acesso num único dispositivo, como é o caso dos routers que as operadoras de comunicações fornecem aos seus clientes. No entanto, em regra, estes dispositivos são sempre menos poderosos e com menos funcionalidades que os que se compram em lojas da especialidade.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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