Huawei Mate Xs

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 5 min

Revelado no início do ano passado, o Huawei Mate X acabou por não ser comercializado internacionalmente, devido a algumas limitações do seu design, à semelhança do que aconteceu com o Galaxy Fold da Samsung.

Foi necessária uma revisão profunda para corrigir essas limitações, o que levou a que todo o equipamento fosse melhorado, sendo agora lançado com a designação ‘Xs’. Mantendo o formato de ecrã que se dobra por fora, ou seja, torna-se a estrutura externa do equipamento, a Huawei teve de redesenhar por completo o mecanismo Falcon Wing, que conta agora com mais de cem elementos feitos numa liga metálica à base de zircónio, para conferir uma maior resistência. Esta solução tem como vantagem o facto de o equipamento dobrar na totalidade, ao contrário do Galaxy Fold que gera uma ligeira folga. Contudo, isto obriga à utilização de um encaixe para manter o ecrã na posição. A utilização do mecanismo, tanto a abrir como a fechar, é invulgar e estranha, exigindo alguma habituação para usar o equipamento sem receio.

Dobrável
Através desta solução, o Mate Xs permite utilizar uma das faces do ecrã como ecrã principal (quando dobrado) com uma área útil de 6,6 polegadas (2480 x 1148) que, associado à qualidade de imagem do painel OLED, garante uma imagem maior e de superior qualidade à de muitos smartphones de topo que existem no mercado.

Quando aberto, o ecrã estende-se na totalidade para as oito polegadas (resolução de 2480 x 2200). O facto de o equipamento se dobrar sobre si permite que apenas seja necessário um módulo de câmaras. Estas têm as características usadas no Mate X original, ou seja, as mesmas do Huawei P30 Pro: sensor principal de 40 MP, sensor de 16 MP para ultra grande angular, 8 MP para o efeito de zoom óptico de 3x (5x híbrido) e um sensor ToF (Time of Flight) 3D para medição de profundidade, fundamental para desfocar o fundo, quando usado o modo ‘Retrato’. Em termos de vídeo, temos gravação 4K a 60 fps. Infelizmente o áudio, reproduzido pelo único altifalante disponível, não está ao nível da excelente qualidade do ecrã.

Desempenho
Onde a Huawei continua a ser imbatível é no processamento de imagem via inteligência artificial, especialmente em situações de fracas condições de luz, sendo o seu modo nocturno ainda uma referência no mercado.

Porém, este resultado só é possível graças ao elevado poder de processamento do SoC (System on Chip) aqui usado, o Kirin 990 5G, com os seus oito núcleos de elevado desempenho, e à NPU (unidade de processamento neural) de dois núcleos. O GPU Mali-G76 MP16, no entanto, revelou não ser tão bom quanto o processador, conforme comprovam os resultados nos testes de desempenho gráfico.

A nível de autonomia (bateria de 4500 mAh), o Xs mostrou ser bem mais eficiente que a do modelo dobrável rival, ao garantir uma hora adicional, mesmo estando perante um equipamento com um ecrã maior e mais resolução.

Assim sendo, será o Huawei Mate Xs um smartphone para as massas? Não, de todo, nem que seja pelo factor ‘preço’. Porém, o que mais me aflige é considerar o tipo de utilização que é habitualmente dado a um smartphone, que no caso do Mate Xs é impossível de ter, sob pena de danificar o ecrã, que está constantemente exposto.

Enquanto obra de engenharia, este Mate Xs é fascinante, mas enquanto dispositivo para o dia-a-dia, continuo a não recomendar um smartphone dobrável, sendo preferível optar por um (mais acessível) P40 Pro Plus.


Distribuidor: Huawei

Site: consumer.huawei.com/pt

Preço: €2499,99


Benchmarks

  • 3D Mark Ice Storm Unlimited – 70 701
  • Antutu Benchmark – 470 698
  • PCMark Work 2.0 – 8602
  • PCMark Work 2.0 Battery – 696 minutos

Ficha Técnica

Processador: Kirin 990 5G (2 x 2,86 GHz + 2 x 2,36 GHz + 4 x 1,95 GHz)
Memória: 8 GB
Armazenamento: 512 GB (expansível via NM)
Câmaras: 40 MP f/1.8 + 16 MP f/2.2 + 8 MP f/2.4 + ToF 3D (traseiro e frontal)
Ecrã: 8,0” OLED dobrável (2480 x 2200), 414 ppi
Bateria: 4500 mAh
Dimensões: 161,3 x 146,2 x 5,4 mm (161,3 x 78,5 x 11 mm dobrado)
Peso: 300 gr

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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