Amazon entra no mercado dos jogos na cloud com o Luna e arranja forma de contornar limitações da Apple

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min

A Amazon apresentou ontem o seu novo serviço de streaming de jogos chamado Luna. Este serviço vai seguir um método de subscrição um pouco diferente de outros, como o Google Stadia (ainda não disponível em Portugal) ou o Microsoft xCloud (incluído no Microsoft GamesPass).

No Luna, vai existir uma conta base, chamada Luna+, que custa nos Estados Unidos 5,99 dólares por mês (cerca de 5 euros ao cambio de hoje), com vários jogos e depois vão existir “canais” ligados aos editores com preços diferentes, que oferecem acesso aos catálogos de títulos e DLC desses editores para além de outras vantagens. O primeiro será o da Ubisoft mas ainda não tem preço definido.

O serviço pode ser usado para já em PC, Mac, iPhone e Fire TV. Não está ainda disponível em Portugal.

Mas um dos aspectos surpreendentes no anúncio deste novo serviço foi o método que a Amazon encontrou para ultrapassar as limitações que a Apple impõe aos outros serviços de streaming de jogos já existentes, para que possam estar no sistema operativo iOS.

Desde há algum tempo que a Apple tem vindo a limitar as aplicações dos serviços de streaming de jogos da Microsoft e Google, porque eles permitem compras fora do sistema de pagamentos da loja (pode comprar-se conteúdo a partir dentro dos próprios jogos) e também porque impõe que a cada jogo seja enviado para a Apple para aprovação, só para falar de algumas das limitações.

Para ultrapassar estas dificuldades, a Amazon arranjou uma solução simples: oferecer o serviço sob a forma de uma PWA, ou Progressive Web Application. Ao contrário das aplicações tradicionais para iOS e Android, as PWA são essencialmente sites web que podem funcionar separadamente do browser, com a vantagem de não estarem presentes nas lojas de aplicações, escapando assim às condições de utilização impostas pelos fabricantes.

Há anos que se sabe que é perfeitamente possível jogar os títulos mais exigentes a partir de um browser em máquinas com configurações muito modestas, basta ver os vídeos da versão de teste do serviço Stadia da Google em que se joga Assassin’s Creed perfeitamente. Outro exemplo é a versão do Stadia para Chromebook, que funciona exactamente da mesma forma.

Clara que existem algumas dificuldades, como por exemplo a forma como os browsers web interagem com os comandos usados para jogar, se aumentam ou não a latência, etc.

Espera-se que as outras empresas responsáveis por este tipo de serviços, como a Microsoft, Nvidia e Google acabem por seguir as passadas da Amazon e convertam a forma como os seus serviços podem ser usados para aplicações deste tipo.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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