Os componentes Fluid vão permitir editar conteúdos partilhados, independentemente da aplicação que estiver a usar

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

Que tal poder inserir uma tabela de Excel num documento de Word sem ter de andar a mudar de aplicação para o fazer?

Esta é a ideia por trás dos componentes Fluid, que a Microsoft está a desenvolver.

Hoje em dia, quando quer criar um determinado tipo de documento, tem de abrir a aplicação respectiva, fazer o trabalho e depois gravá-lo para onde quiser, disponibilizando-o, ou não, para edição por outras pessoas.

O que a Microsoft quer fazer com este novo conceito é dar a possibilidade aos utilizadores do Office de criarem estes componentes a partir de qualquer aplicação em que estão a trabalhar, ficando logo disponíveis para edição por quem for preciso.

Se for utilizador do Google Docs, este conceito de trabalho em colaboração não é propriamente uma coisa muito nova, assim que cria um documento no Google Docs, pode partilhá-lo logo para edição imediata em tempo real.

O conceito da Microsoft vai um pouco além daquilo que a Google já disponibiliza, porque a ideia é poder adicionar, partilhar e editar qualquer tipo de conteúdo de apps do Office, em qualquer aplicação que esteja a usar.

Os componentes Fluid, como tabelas, gráficos ou listas, foram pensados para serem entidades vivas que podem ser editadas onde quer que esteja a trabalhar e independentemente da forma como foram partilhadas e integradas noutras aplicações.

Por exemplo, em vez de um gráfico de Excel estático, neste caso tem um gráfico que pode ser editado onde quer que esteja e que reflecte as edições que vão sendo feitas ao longo do tempo, por outras pessoas, quer esse gráfico tenha sido partilhado por correio electrónico ou através de uma aplicação de chat.

Numa entrevista ao The Verge, Jared Spataro, director da divisão Office 365 da Microsoft, disse:

“Imagine que pode pegar nestas “peças de Lego” e que pode colocá-las onde quiser: em mensagens de email, gráficos em outras aplicações. Sempre que alguém editar a informação contida nelas, terá sempre acesso à informação mais recente. Em vez de um documento, podemos pensar num componente Fluid como um átomo de produtividade que é mostrado inline no local onde está integrado.”

Os componentes Fluid são mostrados com um contorno que indica que podem ser editados e tal como noutras aplicações de trabalho colaborativo, pode ver os avatares das pessoas que estão a editar em tempo real.

Segundo a Microsoft, o impacto no desempenho quando se tem muitos componentes Fluid a serem editados ao mesmo tempo é negligenciável.

Nos próximos meses, a Microsoft vai começar um programa de antevisão do Fluid nas aplicações online do Office (Office.com). Os utilizadores do Microsoft 365 Enterprise e Educação vão poder usar componentes Fluid como tabelas, agendas e listas de tarefas no Outlook Online.

O lançamento do Fluid será um processo gradual, que vai começar no Office.com e Outlook online antes de começar a aparecer no Microsoft Teams no fim deste ano e depois nas versões para computador do Outlook no ano que vem. O objectivo final é integrar os componentes Fluid em todas as aplicações do Office.

Na conferência Build, que se realiza esta semana, a Microsoft vai demonstrar como é que os programadores de outras aplicações vão poder tirar partido desta nova tecnologia.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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