A falta de serviços Google parece não ter afectado a Huawei

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min

Segundo estudos de mercado levados a cabo pela Counterpoint Research e pela Strategy Analytics, a Huawei conseguiu vender mais smartphones que a Apple no ano passado.

Se olharmos para os números publicados nos dois estudos de mercado, a Huawei conseguiu vender cerca de 240 milhões de smartphones em 2019, enquanto a Apple vendeu “apenas” 197 milhões. Isto faz com que a marca de Shenzhen tenha ultrapassado a Apple e ocupado o segundo lugar da lista dos maiores fabricantes de smartphones a nível mundial. Segundo os mesmos estudos, a Huawei vendeu mais 35 milhões de unidades do que em 2018. O primeiro lugar continua a ser da Samsung com 295 milhões de unidades vendidas.

No contexto em que a Huawei se encontra neste momento, estes números são uma grande vitória para a empresa, após a decisão do governo americano de impedir empresas americanas de fazer negócios com a empresa chinesa alegadamente pelas ligações ao governo. Isto impediu a Huawei de incluir os serviços da Google em novos dispositivos a partir de Maio de 2019, incluindo a loja de aplicações Play Store (impedindo o acesso às aplicações mais usadas) e o sistema de geolocalização de que muitas aplicações dependem.

Para qualquer outro fabricante esta situação seria uma sentença de morte. No entanto, na China continuaram a comprar equipamentos Huawei em 2019. Para os utilizadores chineses, ter um smartphone sem acesso à loja de aplicações da Google não é uma situação anormal, porque a loja deixou de estar disponível na China desde 2010. As aplicações mais usadas foram depressa substituídas por versões locais, como a rede social Weibo, a plataforma de comércio online TaoBao ou o serviço de streaming de vídeo IQIYI.

Apesar das sanções do Estados Unidos não terem grande efeito na Huawei no seu mercado doméstico, era de esperar que tivessem algum impacto fora da China, o que acabou por não se verificar.

Segundo o jornal austriaco Der Standard, a Huawei anunciou recentemente que iria deixar de usar de todo os serviços da Google mesmo que as sanções sejam levantadas e tem planos para continuar a desenvolver o seu próprio ecossistema de serviços e loja de aplicações em que vai investir 3 mil milhões de dólares este ano.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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