E de nós, os pequeninos, quem trata?

Por: Pedro Aniceto
Tempo de leitura: 3 min
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As nossas necessidades computacionais estão muito formatadas por áreas. Em duas penadas consigo indicar meia dúzia delas que acabam sempre por usar as ferramentas das grandes corporações. Sejam browsing de internet, correio electrónico, apresentações, processadores de texto, calendários, há sempre uma ferramenta dita standard para resolvermos os nossos problemas e necessidades. Poucos de nós são programadores, poucos de nós desenham soluções para o seu trabalho, como um alfaiate marca um fato para um cliente. A verdade é que não escapamos à “roda dos softwares” e não raras vezes escolhemos este ou aquele título porque é mais barato ou até, porque é grátis. Como sabemos desde os almoços, o barato tende a sair mais caro, e ‘grátis’ é coisa que não existe. O essencial é invisível aos olhos (tal como o Wi-Fi…) e não raras vezes deixamo-nos enamorar por serviços grátis.

Como saberá o leitor mais avisado, sou um nadinha ‘Apple oriented’. Nenhum mal vem daí ao mundo: se posso usar ferramentas nativas uso, se tenho de recorrer a algo exterior também o faço, mas de orelha torcida. É por isso que exploro as soluções do universo Apple até se esgotarem todas as hipóteses possíveis e imagináveis.

Há anos que exploro uma pilha (melhor seria dizer montanha) de serviços de Calendários por mim geridos. Entre os meus e os subscritos devo gerir uma enorme soma de calendários. Os Calendários electrónicos são (ainda) o parente pobre da nossa vida computacional. A maior parte das pessoas usa, mas usa mal e pouco. Estamos em 2019 e cada vez que mostro um calendário colaborativo (em que várias pessoas interagem numa áera comum em que todos editam quase tudo) é como se estivesse a dizer que há vida em Marte a uma plateia de tipos que vieram de Neptuno há duas horas…

Uso ferramentas grátis, a maioria delas pertencentes ao sistema operativo do meu parque de máquinas – uso e bem, com milhares de clientes satisfeitos. Mas quando os problemas apertam, estamos completamente sozinhos. E chega o dia em que percebemos que só podemos contar connosco para resolver problemas técnicos que surjam. Dirão «Queres o quê? Milagres de borla?».

Percebemos, nessas alturas, que as grandes corporações são muito eficazes a empurrar a resposta aos problemas de uns para os outros. Nenhuma delas é capaz de dizer claramente «Oh, pá, o que estás a fazer não é para esse software…» ou um mais prosaico «Não nos venhas incomodar que não somos capazes de dar apoio a utilizadores que querem ser profissionais com soluções amadoras». E contra mim falo. É o que não falta para aí dentro dos nossos computadores. De marca ou não.

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