Review – Microsoft Surface Book 2

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 8 min

Desde 2015 que andava mortinho para pôr as mãos neste computador. Isto porque, infelizmente, o Surface Book original nunca chegou a ser comercializado (oficialmente) em Portugal. Assim, três anos depois, finalmente consegui experimentar um. A versão que vai começar a ser comercializada este ano no País é a versão 2 deste computador 2-em-1 da Microsoft.

O Surface Book é um dispositivo que pode ser usado em modo portátil ou em modo tablet. O tablet Surface, à venda em Portugal há anos, também pode, mas não é a mesma coisa porque o teclado do Surface Book é igual ao de um computador a sério e não aquela capa de tecido com teclas. Mas, no novo Surface Book, o teclado é muito mais que isso.

Dentro do chassis estão baterias extra, que dão muito jeito, como vai poder ver, e uma gráfica Nvidia GeForce 1050 com 2 GB de memória GDDR5 dedicada. Quando está a trabalhar como tablet só tem acesso ao GPU integrado no processador da Intel, muito mais modesto em termos de capacidades.

Quando insere o Surface Book no suporte do teclado, parece ter uma máquina completamente nova e diferente, muito mais disponível em termos gráficos. Dos lados do teclado estão as entradas USB (2 + 1 USB Type C) e o leitor de cartões SD. A entrada da fonte de alimentação é semelhante à dos tablets Surface.

O tablet do Surface Book tem apenas uma entrada jack para os auscultadores e as ranhuras que fazem a ligação ao teclado, a maior das quais também suporta a ligação da fonte de alimentação para carregar a bateria sem necessidade do teclado. Uma das coisas que mais gosto nos dispositivos Surface é a existência de uma entrada USB no transformador que serve para carregar outros dispositivos. Esta entrada também está presente no carregador do Surface Book.

Os componentes principais do Surface Book estão dentro do tablet e incluem um processador Intel Core i7-8650U com quatro núcleos a funcionar numa gama de frequências que vai dos 1,9 ao 2,11 GHz. O processador é acompanhado por 16 GB de memória RAM, mas 1 TB de espaço de armazenagem em SSD.

O ecrã da unidade que a Microsoft enviou para teste tem 13 polegadas e oferece uma resolução nativa de 3000 x 2000. Existe também uma versão com ecrã de 15 polegadas com um pouco mais de resolução (3240 x 2160), que inclui também uma gráfica mais poderosa GeForce 1060 com 6 GB de memória gráfica dedicada.

O Surface Book usa um sistema original para prender o teclado ao tablet. É utilizado um material “com memória”, a que a Microsoft chamou ‘muscle wire lock’ – muda de forma e, depois, através de aquecimento, volta à forma original. Neste caso, quando se prime uma tecla especial no teclado do Surface Book, é passada corrente eléctrica através de um fio que faz com que contraia, o que liberta o tablet do teclado. Depois, se necessitar de voltar a usar o teclado, basta inserir o tablet outra vez na ranhura para que fique preso.

Além da inovação, este sistema é necessário devido á existência de uma gráfica no teclado que se fosse removida subitamente podia fazer com que as aplicações que a estão a usar nesse momento deixassem de funcionar e bloquear assim todo o sistema. Por isso, quando se prime a tecla, o sistema detecta as aplicações que estão a usar a placa gráfica e pede ao utilizador para as fechar antes de permitir a remoção do tablet.

O Surface Book é todo em magnésio e muitíssimo bem acabado. A Microsoft deu muita importância aos detalhes, mesmo os que não são aparentes, como por exemplo ter instalado um íman que serve para manter o computador fechado quando não está a ser utilizado. Isto não era, de todo, necessário, mas às vezes ouvir um clique quando se fecha faz diferença.

Em termos de desempenho, é uma máquina muito sólida tanto ao nível de produtividade pura, como de jogos. No entanto, em modo exclusivamente tablet, nota-se muito a falta que um GPU à séria faz. Por isso testei-a duas vezes: uma em modo computador portátil e ou em modo tablet e os resultados foram curiosos. Por exemplo, em modo tablet, a bateria dura praticamente um quarto do tempo que em modo portátil com as baterias-extra dentro do teclado.

Nos testes com o PCMark 10 em modo ‘Extended’, no tablet, que incluem mais componentes gráficas, também se notou muito a falta de fôlego do GPU da Intel integrado no processador.

Ponto final

Esta é uma máquina com duas personalidades: em modo de computador é um dos melhores que já passou pela PCGuia. Já em modo tablet não impressiona, sendo o seu principal ponto fraco a bateria. Mas não deixa de ser uma máquina muito agradável de usar. O ecrã é excelente e, se quiser gastar um pouco mais, pode também comprar a caneta opcional que lhe permite escrever directamente no ecrã. O preço não é muito convidativo, mas a qualidade paga-se.

+ Construção
+ É um tablet suficiente e um computador à séria.
– Preço

Modo Computador
Medições: 3,82
Experiência de utilização: 2
Preço: 2,7
Nota final: 9

Modo tablet
Medições: 2,72
Experiência de utilização: 2
Preço: 2,7
Nota final: 7

Distribuidor: Microsoft
Contacto: Microsoft.pt
Preço da versão testada: €3549 (preços começam nos €1799)

BENCHMARKS

PCMark 10 PCMark 10 Extended PCMark 8 Battery (Minutos) 3DMark Cloudgate
Surface Book 3904 3936 407 17208
Surface Book apenas tablet 3258 2333 122 7027

 

Ficha Técnica

Processador: Intel Core i7-8650U (quad-core)
Sistema operativo: Windows 10 Pro Creators Update 64-bit
Dimensões: 312 x 232 x 13-23 mm
Peso: 1534 gr
Armazenamento: 1 TB PCIe SSD
Ecrã: 13,5” (3000 x 2000)
Gráficos: Intel HD Graphics 620 e NVIDIA GeForce GTX 1050 com 2GB GDDR5
Memória RAM: 16 GB RAM 1866 Mhz LPDDR3
Ligações sem fios: Wi-Fi 802.11ac, Bluetooh 4.1 LE
Ligações físicas: 2 USB 3.0 Type A, 1 USB Type-C, leitor de cartões UHS-II SDXC, jack de 3,5 mm

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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