Os dispositivos informáticos capazes de reproduzir texto em Braille facilitaram a vida a todos os invisuais que necessitam de utilizar computadores. No entanto, são pouco práticos para quem quiser portabilidade. Uma outra dificuldade que as pessoas com dificuldades de visão enfrentam na leitura é o volume dos livros em papel, quando são passados para Braille. Isto deve-se ao espaço que cada caracter ocupa, em conjunto com a gramagem (grossura) do papel, que tem de ser mais alta para que os livros não se danifiquem facilmente quando se passam os dedos pelas páginas quando se está a ler. Muitas vezes até é necessário dividir as obras em vários volumes para ajudar a limitar o seu tamanho e peso.
Para tentar dar resposta a estes problemas, cientistas da universidade de Harvard inventaram uma tecnologia que irá possibilitar a criação de um “papel programável” que pode ajudar bastante na redução das dimensões e volume dos livros em Braille.
O conceito é simples. Uma pequena peça elástica curva que pode ser utilizada para formar um caracter Braille é comprimida de dois lados e depois são feitas marcações em relevo com um estilete, como se costuma fazer nos livros em Braille tradicionais. Depois de removida a compressão a peça plástica irá ‘lembrar-se’ das marcações. Para as apagar e formar uma nova página de texto em Braille basta esticar a peça elástica. Nos testes realizados em Harvard foi possível controlar o número, posição e ordem das marcações. Não é necessária nenhuma estrutura para manter as marcações e funciona em materiais como papel ou grafeno.
Esta tecnologia ainda está no inicio e embora seja possível memorizar a forma das peças elásticas, ainda não não é possível fazer utilizar um sistema digital para as controlar porque é necessária uma plataforma de controlo mais sofisticada. Quando esse sistema for desenvolvido, os livros em Braille vão ficar muito mais acessíveis e portáteis.