Descomplicómetro – Bitcoin

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 3 min

Quando foi lançada em 2009, a Bitcoin foi a primeira moeda virtual do tipo criptomoeda descentralizada, ou seja, que dispensava o uso e controlo tradicional do actual sistema bancário.

Esta solução permitia (e permite) a existência de transações financeiras sem intermediários, evitando assim controlos financeiros, governamentais e a aplicação das tradicionais taxas de cambio e comissões bancárias. Actualmente, a Bitcoin pode ser usada em compras de serviços e produtos na Internet, existindo até lojas físicas, alojamentos e restaurantes que já aceitam o pagamento de serviços com Bitcoins.

Poderá usar a página coinmap.org que até ao momento, identifica 33 estabelecimentos na região da grande Lisboa que aceitam esta moeda virtual.

A criação da moeda

A criação de Bitcoins, ou qualquer outra moeda virtual, é designada ‘mineração’, e não é mais do que a utilização de indivíduos, voluntários, que usam um ou vários computadores para decifrar complexas equações criptográficas, que correspondem às várias transacções. Estas, quando concluídas, são inscritas numa espécie de livro de registos inviolável, designado ‘blockchain’, que vai considerar cada registo ou linha como um block.

Quando os blocks são adicionados à blockchain, estes passam a ser permanentes e invioláveis, garantindo desta forma a integridade da moeda, fundamental para a sua valorização.

Longe dos bancos

Face às transacções de dinheiro real, as transacções de moedas virtuais dispensam o uso de uma entidade central, visto que todas as transacções já estão, só por si, autenticadas a partir do momento em que foram adicionadas ao blockchain.

Ao dispensar a utilização de uma entidade central no momento das transacções, são dispensadas as comissões habitualmente cobradas pelas entidades, ao mesmo tempo que as mesmas podem ser processadas de forma totalmente anónima, uma situação que muitos especialistas consideram como sendo um “pau de dois bicos”.

Instabilidade

Depois de terem valorizado de forma impressionante, ao atingir um valor máximo superior a dezanove mil dólares em Dezembro, esta (e outras moedas virtuais) tem vindo a cair de forma significativa, após o anúncio do bloqueio de todo o tipo de transações com esta moeda virtual por parte dos governos da Coreia do Sul e China.

Estas medidas têm como objectivo, segundo o ministro das finanças sul-coreano, contrariar o entusiasmo irracional em torno destas moedas. Já a China assegura que este bloqueio permitirá evitar a aplicação de bitcoins em situações ilegais, como lavagem de dinheiro e fuga aos impostos.

Temos ainda personalidades do mundo financeiro como Warren Buffet a afirmar que as moedas virtuais «terão um fim mau», ou a organização internacional dos reguladores de mercados a alertarem para os riscos das criptomoedas, que são altamente especulativas e que colocam em risco a totalidade do capital investido.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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