Há muito que a Huawei passou de fabricante de dispositivos de gama média a grande player do mercado dos smartphones. Depois de vários topos de gama de sucesso, a empresa chinesa conquistou agora o pódio com aquele que é o melhor smartphone do mercado, neste momento.
Sabemos que este é um mercado volátil, onde mal um chega ao mercado português, já dois ou três smartphones de outras marcas têm características melhores, mas o Mate 8 foi de longe o smartphone mais rápido que já tive oportunidade de testar.
Onde isso é mais flagrante é no simples gesto de desbloquear o Mate 8 através do sensor de impressão digital: basta tocar-lhe com o dedo e este desbloqueia imediatamente. Comparámos a velocidade do smartphone a desbloquear com a do iPhone 6S e podemos afirmar que existem alguns segundos de diferença (tendo em conta que o Mate 8 não parece demorar nem um segundo). Ainda assim, este sensor carece de funcionalidades.
Não há como negar, o design escolhido pela Huawei para este dispositivo é capaz de rivalizar com qualquer um dos topos de gama mais requisitados, especialmente pelo seu corpo todo em metal. A juntar a isto, o Mate 8 é mais leve que o esperado para um aparelho destas dimensões. O ecrã de seis polegadas torna-o um dispositivo grande, ideal para quem quer um smartphone profissional. Mas o mais importante no seu ecrã IPS-NEO LC com 16 milhões de cores é a qualidade da imagem: óptima! Tudo o que vemos no ecrã é nítido, sem a saturação exagerada que costumamos encontrar nos topo de gama da Samsung como o Galaxy S6.
A moldura é muito fina, o que significa que temos à nossa disposição quase toda a largura do dispositivo. A proteger o ecrã está um Gorilla Glass 4. No entanto a resolução ficou aquém da minha expectativa, já que 1920 x 1080 é menos do que esperava para um dispositivo com este desempenho, principalmente por a Huawei ter dotado o Nexus 6P com uma resolução de 2560 x 1440 px.
As câmaras fotográficas de 16 MP na traseira e 5 MP na parte da frente conseguem bons resultados, em praticamente todas as definições de luminosidade, seja no interior ou exterior, mas o zoom para o vídeo tem dificuldade em manter a nitidez. Não quer dizer que a câmara traseira seja a melhor do mercado, mas existem muitos modos e pormenores para quem gosta de elaborar um pouco – além disso, é extremamente rápida.
As selfies também ficam muito boas, mas esta tem sido uma preocupação de longa data da Huawei. Relembro que a primeira câmara frontal de 5 MP foi instalada num modelo P6. O modo de embelezamento permite definir de 0 a 10 a intensidade de “limpeza” (apagar imperfeições) que quer dar à sua cara.
A interface da Huawei EMUI é sóbria e elegante, mas algo próxima do aspecto do iOS, que para quem está habituado ao iPhone (como é o meu caso) ajuda na adaptação ao Android.
A bateria de 4000 mAh é um bónus que a Huawei oferece a todos os que adquirirem o Mate 8, já que com pouco tempo de carregamento conseguimos muita autonomia. Para acelerar ainda mais o processo de carregamento, o Mate 8 traz um carregador de 2 V que consegue alimentar a bateria para um dia inteiro (com uma utilização moderada) com apenas trinta minutos de carregamento.
Para que a autonomia seja ainda melhor, um sistema de poupança de energia avisa-nos sempre que uma aplicação está a gastar demasiado e podemos fechá-la logo a partir da área de notificações. No entanto, e apesar do carregador mais potente, a ligação é a microUSB do costume, o que foi uma ligeira desilusão em relação ao esperado USB Type-C.
O Mate 8 encantou graças ao seu desempenho e a velocidade a que responde a todas as ordens que lhe damos. Mas não é de estranhar, porque com um chipset Kirin 950, o Mate 8 tem dois processadores quad-core no interior: 2,3 GHz Cortex A72 e 1,8 GHz Cortex A53. A apoiar este chipset tão “pomposo” está uma GPU Mali-T880 MP4, e as opções de memória são 32 GB com 3GB de RAM ou 64 GB com 4 GB de RAM.
Não é por isso de estranhar que este seja o smartphone com a melhor nota no AnTuTu, com mais de 92 mil pontos – aqui só conseguimos uma medição de 89 627 pontos, o que mesmo assim o coloca no topo da tabela da PCGuia.
O preço também o torna um dispositivo apetitoso, já que smartphones com este poder de processamento e velocidade costumam rondar os oitocentos euros.
Se não gosta de dispositivos grandes, o Mate 8 não é para si. Além de quem procura ecrãs bem dimensionados, este smartphone chegou ao mercado para roubar os utilizadores de phablets às fabricantes do costume, mas sem aquela coisa da stylus.
Apesar de Dual-SIM e permitir expansão através de cartão microSD, só pode usar uma destas opções, já que o cartão microSD encaixa numa das slots para cartão SIM.