O futuro dos coolers passivos para CPU pode estar na água salgada

O novo conceito de cooler passivo para CPU permite manter o desempenho durante mais tempo e tem a vantagem de se recarregar sozinho.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min
Imagem - City University Hong Kong

Um estudo científico, publicado recentemente, demonstra o “desempenho fora da série” de um novo conceito de sistema de refrigeração passivo, que permite melhorar o desempenho de CPU até 32,6%. O novo sistema usa água salgada e tem a particularidade de se auto carregar através da absorção da humidade do ar.

A nova tecnologia recebeu o nome “hygroscopic salt-loaded membrane-encapsulated heat sink” (HSMHS) e usa sais de brometo de lítio confinados numa membrana porosa que permite a evaporação da água. De acordo com a equipa de cientistas da City University Hong Kong e da School of Energy and Power Engineering da Huazhong University of Science and Technology em Wuhan, este sistema foi usado num computador de testes que conseguiu melhorar o desempenho em 32,65% em relação à utilização de outros métodos de refrigeração passiva.

A refrigeração de processadores e de outros dispositivos e instalações têm um custo enorme tanto para as organizações como para o ambiente por causa do enorme consumo de energia. As tecnologias de refrigeração passiva são bastante atraentes porque não têm peças móveis e não consomem energia directamente. No entanto, os coolers passivos actuais não são eficazes em muitas aplicações, podendo ficar saturados rapidamente, o que, por sua vez, leva os componentes a reduzirem automaticamente a velocidade para se protegerem, a isto chama-se ‘throttling térmico’.

O mais atraente nos novos HSMHS é a capacidade de refrigerar um sistema por 10 vezes mais tempo que os métodos alternativos como as ‘metal-organic frameworks’ (MOFs) e os hidrogéis. Como este sistema consegue manter os componentes a temperaturas mais baixas durante mais tempo, os utilizadores obtém mais desempenho. No estudo realizado, o ganho medido foi de mais de 30%.

A equipa construiu um dissipador de calor parecido com os dissipadores usados actualmente e colocaram-lhe uma membrana porosa com uma solução de brometo de lítio. A refrigeração acontece devido ao processo de dessorção da solução. Durante o processo, é libertado vapor de água que passa através da membrana.

Os resultados publicados pela equipa demonstram que com a utilização de um HSMHS é possível manter um processador abaixo dos 64 graus celsius durante seis horas e meia. Quando o processador está desligado ou com pouca carga, o HSMHS pode recarregar através da absorção da humidade que está no ar.

Outra vantagem deste novo sistema é o custo. Os sais de Brometo de Lítio são baratos quando comparados com outros materiais empregues em sistemas de refrigeração passiva usados actualmente.

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Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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