A primeira central geotérmica da Google já está a funcionar

A partir de agora, a energia para os datacenters da Google no estado do Nevada virá exclusivamente de fontes renováveis.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min
Why we're betting on enhanced geothermal electricity

Este é o primeiro projecto para utilização de energia geotérmica da Google para fornecer energia eléctrica limpa aos data centers da empresa. Este Enhanced Geothermal System (EGS), é o primeiro passo que a Google deu para que todos os seus data centers e escritórios sejam alimentados por energias livres de emissões de carbono até 2030.

Para este projecto, em 2021, a Google fez uma parceria com a startup Fevro Energy. Ao contrário de outras fontes de energia limpas, como a energia solar ou eólica, as centrais geotérmicas podem funcionar sem quaisquer interrupções 24 horas por dia.

No início deste ano, durante a fase de testes, a central da Fevro Energy conseguiu estabeleceu um recorde de fluxo e de geração de energia para um sistema EGS. Foi possível produzir 3,5 megawatts de electricidade, o suficiente para abastecer cerca de 2600 casas. Esta foi a primeira vez que uma empresa de energia conseguiu provar que os sistemas EGS são capazes de funcionar numa escala comercial.

Desde os anos 70 do século passado, que têm sido desenvolvidos esforços para encontrar uma forma de fazer funcionar os sistemas EGS. Para que um sistema de geração de energia geotérmica funcione, necessita que certas condições estejam presentes: calor, rochas permeáveis e líquido. Nas zonas em que está presente calor suficiente, mas onde não existem rochas permeáveis, um EGS cria-as através de furos que depois são injectados com líquido para criar fracturas nas rochas.

No caso da central no Nevada, a Fevro perfurou o solo até aos 2.4 km, depois também perfurou lateralmente para atingir uma zona maior da zona de calor. De seguida, perfurou uma segunda galeria horizontal para interceptar as fracturas na rocha. A empresa bombeia água do primeiro furo através das fracturas no segundo. A água absorve o calor da rocha, transforma-se em vapor que depois é usado para produzir energia eléctrica quando passa por uma turbina.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos, admitiu que, ao contrário dos métodos de fracking para obter petróleo ou gás, os EGS têm um risco muito menor de contaminação da água, porque os reservatórios utilizados dos EGS estão a profundidades maiores que os reservatórios de petróleo ou de gás e não estão perto de fontes de água para consumo humano. As centrais geotérmicas também não libertam água para a superfície.

Num relatório publicado em 2019, o Departamento de Energia concluiu que, com os avanços tecnológicos, os EGS podem vir a gerar 120 gigawatts de energia limpa nos Estados Unidos até 2050. Isto corresponde a mais de 16 por cento das projecções das necessidades de energia do país nessa altura.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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