MIT desenvolveu um dispositivo que pode libertar os portadores de diabetes de tipo 1 das injecções ou das bombas de insulina

O novo dispositivo do MIT usa células humanas com um sistema de suporte de vida para as manter a funcionar.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min
Foto de isens usa na Unsplash

Há muito que se tenta encontrar uma cura para a diabetes do tipo 1, que é uma doença auto-imune com causas desconhecidas. E, embora ainda não tenha sido encontrada uma forma de reprogramar o corpo humano para que deixe de atacar as células do pâncreas, uma equipa de cientistas do MIT desenvolveu um dispositivo que pode vir a facilitar a vida de todos os que têm esta doença: um dispositivo que permite dispensar as injecções de insulina ou a utilização de bombas.

Enquanto a diabetes do tipo 2 é geralmente causada por factores ligados ao estilo de vida ou à idade, a diabetes do tipo 1 é uma doença em que o sistema imunitário ataca as células beta que produzem insulina no pâncreas. A partir da altura em que a doença é diagnosticada, as pessoas afectadas têm de injectar insulina praticamente cada vez que consomem hidratos de carbono ou quando os níveis de glucose sobem repentinamente. A insulina é administrada geralmente no abdómen, nas pernas ou nos braços. Um outro problema é acertar com a dosagem correcta para não ficar com níveis de glucose muito altos ou muito baixos.

Em alternativa, estas pessoas podem usar bombas de insulina, que podem causar desconforto e algumas são difíceis de usar. Nenhuma destas soluções é um substituto de um pâncreas que funcione como é suposto.

Têm-se feito experiências de implantação de células do pâncreas para permitir aos diabéticos deixarem de se injectar com insulina. No entanto, as pessoas que recebem estas células têm de tomar substâncias imunossupressoras para evitar que o corpo rejeite essas células, o que pode ter efeitos secundários.

A solução é envolver as células transplantadas num dispositivo que as protege do sistema imunitário. Esta solução funciona durante um tempo, mas, a certa altura, as células acabam por ficar sem oxigénio e deixam de produzir insulina.

Uma equipa do MIT pensa que resolveu este problema com o desenvolvimento de um novo implante que inclui a sua própria “fábrica de oxigénio”, que é capaz de produzir oxigénio a partir do vapor de água que está no corpo. Neste momento, o dispositivo tem o tamanho de uma moeda e já foi testado em ratos com diabetes, tendo conseguido manter os níveis de glucose estáveis durante um mês.

Imagem – MIT

A próxima etapa envolve aumentar o tamanho do dispositivo e testá-lo em animais maiores antes de começar os testes em seres humanos. A utilização deste dispositivo vai obrigar a ter uma bobine magnética colada na pele para alimentar o dispositivo e pode querer dizer que, no futuro, todos os que tiverem diabetes do tipo 1 podem livrar-se de grande parte do desconforto que causado por esta doença.

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Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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