O novo Mate 60 Pro da Huawei tem um chip 5G de 7nm e usa memórias da SK Hynix

A utilização de memórias da SK Hynix no novo Mate 60 Pro da Huawei, vai contra as restrições de exportação de chips para a China, impostas pelos Estados Unidos.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 5 min
Imagem - Huawei

De acordo com o site TechInsignts, que cita o jornal South China Morning Post, o chip Kirin 9000S, que faz funcionar o novo smartphone Mate 60 Pro da Huawei, pode ser originário da empresa chinesa SMIC e fabricado através de um método de 7 nm de segunda geração. Este System on a Chip (SoC), inclui CPU e GPU desenvolvidos pela própria Huawei.

Segundo imagens publicadas no site Huawei Central, o HiSilicon Kirin 9000S da Huawei aparenta ser um SoC com um grande nível de complexidade. Tem quatro núcleos de alto desempenho (um que funciona a velocidades até 2,62 GHz e três com velocidades até 2150 MHz) e mais quatro núcleos de eficiência (que funcionam até 1530 MHz), que são baseados na arquitectura TaiShan (semelhante à Arm v8a). Também tem um GPU Maleoon 910, que funciona a uma velocidade até 750 MHz.

Um detalhe curioso acerca do Kirin 9000S é a utilização de tecnologia de empilhamento de componentes, mas não foram dados grandes detalhes sobre este assunto. O Kirin 9000S pode ter o chip do modem montado em cima do chip que contém o CPU e o GPU, para poupar espaço na motherboard, ou talvez deslocalize alguns dos circuitos de lógica para simplificar a produção dos chips. Seja qual for o esquema de empilhamento de componentes, é mais um avanço no processo de fabrico de chips em território chinês.

Um outro pormenor, é facto de o chip Kirin 9000S no Mate 60 Pro ser o primeiro chip da Huawei com capacidade de usar redes 5G, desde a imposição das restrições há 3 anos.

Memória fantasma

Para além do novo chip da Huawei, o Mate 60 Pro usa memórias fabricadas pela SK Hynix, o que, aparentemente, vai contra as restrições de exportação de chips para a China.

A empresa coreana SK Hynix, iniciou uma investigação para descobrir a forma como a Huawei conseguiu obter memórias RAM LPDDR5 e memórias flash, fabricadas pela empresa para utilizar no Mate 60 Pro. Segundo a empresa, não foram vendidos nenhuns chips à Huawei desde 2020, ano em que a Huawei entrou para lista de empresas impedidas de fazer negócios com empresas americanas ou com empresas de outros países envolvidas em negócios com empresas americanas. As compras da Huawei, antes da proibição, valiam 10% do volume de negócios da Sk Hynix.

Em declarações à Bloomberg, um responsável da SK Hynix disse: “A SK Hynix já não negoceia com a Huawei, desde a imposição das restrições à empresa pelos Estados Unidos. Estamos a investigar o assunto, mas a SK Hynix está a cumprir estritamente as restrições de exportação, impostas pelo governo americano”.

As imagens do interior do Mate 60 Pro, mostram a presença de memórias flash NAND 4D UD310 de 176 camadas. Estas memórias são de alto desempenho e estão cumprem a norma UFS 3.1. A variante HN8T25DEHKX077, com 512 GB de capacidade, consegue atingir velocidades de escrita e leitura sequenciais que chegam aos 1700 MB por segundo e 2050 MB por segundo respectivamente. Já no caso das memórias RAM LPDDR5, não se sabe de todo como é que foram parar às mãos da Huawei.

Uma explicação para a forma como a Huawei conseguiu obter estes chips é a aquisição destes componentes em grandes quantidades, antes da imposição das restrições. A SK Hynix lançou as memórias UD310 em 2020, a mesma altura em que a Huawei foi impedida de importar componentes. A ser verdade, a Huawei tem uma quantidade muito limitada de memórias flash NAND, o que levanta a questão de quantas unidades do Mate 60 Pro será capaz de fabricar.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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