No primeiro trimestre de 2023, a Intel teve o pior resultado da sua história

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

A Intel teve um prejuízo de 2,8 mil milhões de dólares no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, o pior dos seus 55 anos de existência. No último trimestre, o lucro da empresa desceu 36 por cento para 11,7 mil milhões de dólares. Embora tenha distribuído dividendos no valor total de 1,5 mil milhões de dólares, os investidores estão preocupados com a sustentabilidade de longo prazo, visto que a margem de lucro bruta desceu de 50,4% para 34,2% neste trimestre.

Um olhar mais atento ao relatório de contas da Intel, indica que o Client Computing Group (CCG) teve um resultado positivo de 5,8 mil milhões de dólares nos primeiros três meses de 2023, o que corresponde a uma quebra de 28 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa atribui estes resultados a uma baixa na procura e a ajuste nos inventários dos fabricantes.

Mesmo assim, o CCG continua a ser uma parte importante no total dos resultados da Intel e o CEO está optimista numa retoma da procura, tanto por parte dos clientes domésticos, como das empresas. A Intel reorganizou recentemente a divisão de desenvolvimento e fabrico de processadores gráficos e dividiu-a em duas unidades mais pequenas que forma integradas no CCG e nos grupos de data centers e Inteligência Artificial.

A Intel acredita que se pode transformar num grande player no mercado dos GPU e já tem um roadmap agressivo para a segunda e terceira geração de GPU Arc, que têm os nomes de código Battlemage e Celestial. Até agora, os GPU da Intel conseguiram captar 6 por cento do mercado global das placas gráficas para computadores desktop e portáteis, o que é um bom começo, mas não ajuda muito nos resultados da empresa.

O Data Center and AI Group (DCAI) teve um resultado de 3,7 mil milhões de dólares neste trimestre, uma queda de 39% em relação ao ano passado. Segundo o CEO da Intel, é neste mercado que o pior ainda está para vir. As vendas totais de chips X86 têm vindo a decrescer, os OEM tem inventário a mais e a AMD tem vindo a erodir a quota de mercado da Intel. Para ajudar, a Amazon e o Facebook têm planos para fabricar os seus próprios chips, baseados na tecnologia da Arm.

Durante a apresentação de resultados, a Intel diz que está a aumentar a produção de wafers Intel 4 e que o desenvolvimento dos Intel 3, Intel 20A e Intel 18A estão dentro do prazo. A empresa deve lançar os processadores Meteor Lake na segunda mensagem deste ano, que serão os primeiro a usar os métodos de fabrico da TSMC para o GPU integrado e I/O em conjunto com os métodos de fabrico da própria Intel.

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Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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