KFA2 GeForce RTX 4070 Ti ST – Além da análise

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 8 min

Já lhe demos a conhecer as nossas impressões sobre a nova geração de placas gráficas GeForce RTX 4070 Ti da Nvidia, com a análise da versão ST da KFA2, recentemente publicada (ver aqui). Porém, agora que os preços estão, finalmente, a descer para valores mais aceitáveis, sendo possível encontrar modelos equivalentes a partir dos 899 euros (e menos), decidimos voltar a pegar nesta placa gráfica e descobrir algumas funcionalidades adicionais, que na altura não conseguimos desvendar atempadamente.

Por se tratar de um modelo equipado com a arquitectura de última geração da Nvidia, Ada Lovelace, esta GeForce RTX 4070 Ti conta com núcleos RT de terceira geração, e núcleos Tensor de quarta geração, ou seja, está mais preparada do que nunca para lidar com Ray-Tracing, e com aceleração via Inteligência Artificial, para compensar o impacto que o Ray-Tracing tem no processamento destes GPU (processadores gráficos).

Repetindo um pouco o que foi dito na análise a esta placa da KFA2, esta conta com um GPU AD104, equipado com 7680 núcleos CUDA, 60 núcleos RT e 240 núcleos Tensor. Todo o conjunto funciona a uma frequência base de 2310 MHz, podendo esta subir para os 2610 MHz quando activado o modo Boost (é automático), ou 2625 MHz se utilizar a função ‘1-Click OC’ no software Xtreme Tuner Plus da KFA2, que deve ser descarregado directamente da página web do fabricante.

Os 12 GB de memória do tipo GDDR6X trabalham a 21 Gbps, comunicando estas com o GPU através de um barramento de 192-bit, o que reduz significativamente a largura de banda disponível para 504.2 GB/s, comparativamente a uma RTX 4080 com o seu barramento de 256-bit (716.8 GB/s), ou a uma RTX 4090 a 384-bit (1008 GB/s). Isto tem, naturalmente, impacto em jogos mais exigentes a resoluções como o 4K, daí, na altura, termos recomendado esta placa gráfica apenas para quem deseja jogar, “à vontade”, até 1440p. Mas isto não invalida que esta RTX 4070 Ti seja incapaz de correr jogos em 4K, especialmente se tirarmos partido de algumas das tecnologias que a Nvidia decidiu integrar na mesma.

Exclusivo KFA2 ST

Para este modelo em concreto, a KFA2 decidiu equipar a RTX 4070 Ti de um dissipador de grandes dimensões, que além de ter um comprimento máximo de 336 mm, o que poderá limitar a sua instalação em algumas caixas, ocupa 62 mm de largura, ou seja, três baías de saída, sendo duas delas ocupadas pela zona de extracção de ar quente para o exterior da caixa.

Este dissipador conta com a presença de três ventoinhas, duas de 92 mm nas extremidades e uma de 102 mm central, tendo estas um desenho proprietário que garante, segundo a KFA2, mais 25% de fluxo de ar e mais 15% de pressão de ar, face a ventoinhas tradicionais nas mesmas dimensões.

Curiosamente, o dissipador em si provou ser bastante eficaz, sendo raras as ocasiões em que estas ventoinhas chegaram a funcionar, o que deixa antever que a ventoinha adicional, que utiliza o encaixe ‘I-Clip Booster 2.0’, colocada no painel traseiro, vá sequer ser necessária. O que não gostámos foi da inclusão da ligação 12VHPWR, a ligação “ATX 3.0” que tem vindo a ser norma nas placas gráficas de última geração da Nvidia, uma vez que esta tem um TDP de apenas 285W, sendo preferível a utilização de duas ligações PCIe de oito contactos cada, evitando-se assim possíveis falhas que levaram a placas gráficas com fichas queimadas.

Resoluções, RT e DLSS

Utilizando o popular jogo The Shadow of the Tomb Raider como exemplo, decidimos explorar as reais capacidades desta placa gráfica em diferentes situações. Utilizando sempre as definições gráficas no máximo ‘Highest’, decidimos correr o Benchmark interno em diferentes resoluções. Para o teste tradicional, que utilizamos para as análises de placas gráficas, esta RTX 4070 Ti ST da KFA2 obteve 275 fps a 1080p, o que a colocou precisamente no mesmo nível que a Asus ROG Strix GeForce RTX 4070 Ti, que tem a particularidade de custar bastante mais (actualmente ronda os 1169 euros).

Porém, correr um jogo destes a 1080p é um completo desperdício para uma placa gráfica com este potencial, o que nos levou a elevar a resolução para níveis superiores. A 1440p (2560×1440), obtivemos 196 fps, um valor estupendo, e mesmo em 4K (3840×2160) obtivemos 102 fps. Quando optámos por ligar o Ray-Tracing (Ray Traced Shadow Quality) na definição máxima ‘Ultra’, voltámos a medir o desempenho desta placa gráfica, mas apenas nas resoluções mais elevadas de 1440p e 4K. Os resultados foram 131 fps e 72 fps, respectivamente, o que já atinge o limite do perfeitamente jogável.

Para colmatar esse impacto, decidimos activar a tecnologia DLSS – Deep Learning SuperSampling, e aí os resultados foram completamente diferentes. Entre os diversos modos de DLSS disponíveis neste título, encontrava-se o modo Ultra Performance, Performance, Balanced e Quality, sendo estes últimos os recomendáveis, pois não existe qualquer tipo de impacto visível na qualidade da imagem. No modo Performance já existiu uma ou outra situação de um elemento com transparências que se estava a sobrepor a outras texturas, e no modo Ultra Performance, era notória uma significativa degradação na qualidade (resolução) das texturas ambientes, ou seja, de objectos mais longínquos.

Assim sendo, a 1440p, a KFA2 RTX 4070 Ti ST obteve 186 fps em modo Performance, 163 fps em modo Balanced e 146 fps em modo Quality. Porém, foi na resolução 4K que a tecnologia DLSS mais se destacou, ao permitir uns impressionantes 140 fps em modo Performance, 121 fps em modo Balanced e 106 fps em modo Quality. Isto representa uma melhoria de 34 fps, ou seja, 47%, face às mesmas definições (com Ray Tracing em modo Ultra) sem utilização da tecnologia DLSS.

Definições Gráficas (Shadow of Tomb Raider) Resolução 1440p (2560 x 1440) Resolução 4K (3840 x 2160)
Highest 196 fps 102 fps
Highest + RT Ultra 131 fps 72 fps
Highest + RT Ultra + DLSS Performance 186 fps 140 fps
Highest + RT Ultra + DLSS Balanced 163 fps 121 fps
Highest + RT Ultra + DLSS Quality 146 fps 106 fps

Utilizando esta tabela para melhor representar o impacto que cada definição representa no desempenho do sistema torna-se notória a vantagem em utilizar-se a tecnologia DLSS da Nvidia, sempre que desejar utilizar Ray Tracing, com a peculiar vantagem de, com Ray Tracing ligado e DLSS em modo Quality, ser possível obter-se um melhor desempenho no sistema do que jogar sem Ray Tracing. Dá que pensar.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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