O império contra-ataca?

Por: António Simplício
Tempo de leitura: 3 min
Imagem - Microsoft

O Metaverso está morto. Longa vida longa ao Meta…, perdão, longa vida ao ChatGPT e às dezenas de empresas e aplicações que utilizam inteligência artificial e que, aos olhos dos menos incautos, se materializaram nos últimos três meses. Foi a 30 de Novembro do ano transato que a OpenAI lançou a plataforma de chat com um bot que levou o criador do Gmail a considerar que o império criado pela Google, que tem por base o seu motor de busca, poderia ser posto em causa.

A este buzz todo, já se tinha adiantado a Microsoft em 2019, e investido mil milhões de dólares na empresa. Investimento este, que foi depois reforçado em 2021 e, já em 2022 com mais dez mil milhões de dólares. Bem gastos, dir-se-á agora. A empresa garantiu o uso da tecnologia e já a implementou no Bing, o motor de busca da empresa que nunca fez sombra à Google. Como co-piloto do Bing, estará o Edge, o browser da empresa. Convirá destacar que, embora hoje a Alphabet (proprietária da Google) seja um império da dimensão da infecção causada pelo fungo estilo Last of Us, é do motor de busca que advêm a maioria da receita.

E, em Fevereiro, a coisa estoirou. Com o livestream da Google apontado para o dia 8, em Paris, a Microsoft apresentou o Bing um dia antes, já com uma versão melhorada do ChatGPT. A Google anunciou o Bard, mas como teve um “lapso”, uma incorreção numa resposta, a capitalização bolsista da empresa desvalorizou cem mil milhões de dólares. É este o nível de insanidade a que chegámos em menos de três meses. Satya Nadella afirmou que a corrida começou no dia da apresentação do novo Bing. Será que o império contra-ataca? Para já, em bard(a), só os milhares de milhões que, de repente, todas as VC se predispuseram a investir nas múltiplas empresas que fazem uso de IA.

Quando se referiu à forma como nos teríamos de nos adaptar ao uso de IA, Sam Altman, CEO da OpenAI, fez uma analogia interessante. Quando surgiram as calculadoras, tivemos de nos adaptar à forma como se avaliavam os alunos nas aulas e aos testes de matemática. O salto, aqui, será quântico – como escrevi no mês passado, deverá haver a criação de princípios que rejam a utilização da tecnologia. Se é nova bolha? Não creio. Se conseguir apanhar esta boleia, não se faça rogado.

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