Abri textos mil

Por: António Simplício
Tempo de leitura: 3 min

A revolução da inteligência artificial está a mudar o mundo de uma forma que não poderia ser, sequer, imaginada há apenas algumas décadas atrás. Porém, como já aqui referi anteriormente, com esse salto tecnológico surge a necessidade vital de um forte arcabouço regulatório, para garantir o seu uso responsável e ético. Mas, e se essa estrutura falhar? E se uma IA não regulamentada chegar às mãos de algumas das figuras mais influentes de nosso tempo? E se Musk, Trump, Bezos ou Putin puderem utilizar, de forma não-regulamentada, o poder da inteligência artificial?

À cabeça, surge-me logo a ideia de um exacerbar dos desequilíbrios de poder existentes na sociedade. Os poucos privilegiados teriam acesso a um potencial quase ilimitado, enquanto os restantes ficariam ainda mais para trás. O fosso cada vez maior entre os que têm e os que não têm, provavelmente sufocaria a mobilidade social e fomentaria o ressentimento entre vários grupos socioeconómicos, levando a um mundo mais dividido e potencialmente volátil.

Haveria também um risco significativo de que esses indivíduos pudessem explorar a tecnologia para promover os seus interesses pessoais e comerciais. Sem levar em consideração o bem maior, a falta de supervisão pode consolidar ainda mais os preconceitos inerentes presentes nos algoritmos de IA, levando a tomadas de decisão distorcidas, à discriminação e a um reflexo defeituoso dos valores sociais.

Nos tempos que correm, talvez a maior das preocupações seja perceber como é que a AI poderia ser utilizada para ganhar vantagem política, moldar a opinião pública e até mesmo manipular os resultados de eleições. Isto poderia afectar irreversivelmente o processo democrático e permitir um nível sem precedentes de vigilância e controle sobre os cidadãos, sufocando a liberdade de expressão e sufocando vozes dissidentes – um futuro distópico que lembra o romance 1984, de George Orwell.

Possuir este tipo de tecnologia não regulamentada será também um convite ao uso indevido de bases de dados. Isto não infringiria apenas os direitos fundamentais à privacidade, mas também corroeria a confiança em instituições, corporações e governos.

A simples perspectiva de inteligência artificial não regulamentada é um lembrete da importância da necessidade de uma estrutura regulatória robusta para gerir o seu desenvolvimento e uso. Os riscos e potenciais consequências de tal cenário abrangem dimensões sociais, económicas, éticas e políticas e levantam questões importantes sobre privacidade, dinâmica de poder e o futuro da democracia. Embora a revolução da IA ​​apresente oportunidades incríveis de progresso e inovação, é crucial que a sociedade como um todo assuma a responsabilidade de garantir que esta tecnologia seja devidamente aproveitada para um bem maior, em vez de se tornar mais uma ferramenta de desigualdade e divisão.

*Este texto foi elaborado pela plataforma Jasper com apenas ajustes de contexto.

 

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