As máquinas de cápsulas são uma espécie de novo telefone fixo, nas casas actuais: todos temos uma (e às vezes até duas) para tirar aquele cafezinho de manhã, antes de sair para o emprego; ou o do meio da tarde, para quem trocou a o escritório pelo teletrabalho. O slow coffee é, assim, um conceito para alguns privilegiados – envolve comprar grãos de café, moê-los e usar uma máquina capaz de tirar um café… como no café.
É aqui que entra a Miele CM6, uma máquina que tem quase o triplo de uma que usa cápsulas. Com um moinho incluído, mas também com um compartimento para levar café já moído, este modelo tem como grandes argumentos o facto de fazer quase uma dezena de bebidas (tem acessórios para juntar leite à “equação”), de poder ser configurado com opções personalizadas e de ser activado pelo telemóvel. Para isso temos de usar uma app para ligar ao Wi-Fi – depois disso, podemos activá-lo com um toque de botão e até mesmo tirar um café quando ainda estivermos na cama, por exemplo.
A CM6 é relativamente complicada de operar, tem botões tácteis na parte da frente que correspondem a uma série de funções; não tem a intuitividade de uma máquina de cápsulas e, às vezes, não basta apenas tocar num botão – se estivermos com pressa, então temos mesmo de esquecer aquele café rápido. Basicamente, temos de reaprender este ritual, o que pode levar algum tempo. Dificilmente um convidado de um jantar nosso poderá tirar um café sem que o ensinemos a usar a máquina. Um aspecto algo irritante tem que ver com o facto de, do nada, quando permanece ligada, a máquina começar a fazer um processo de enxugamento das tubagens – o mesmo acontece sempre, antes de tirar uma bebida.
O ecrã é outro um dos pontos fracos: monocromático e monótono, não está em linha com as capacidades tecnológicas da CM6, muito menos com o preço, que é bastante elevado. Aqui, a marca podia ter arriscado mais: ou metia um bom ecrã a cores ou fazia (apenas) com que o smartphone tivesse essa função.
Nota: 3/5
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