Comunicação por satélite em smartphones

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 3 min

O conceito de utilização de um serviço de comunicação via satélite não é novo. Este conceito existe há anos, com redes como a Inmarsat e a Iridium a oferecerem a maior cobertura de sinal, em praticamente todos os continentes, incluindo a Antárctida. Porém, estes dispositivos são caríssimos, tal como o serviço, e bastante limitados em termos de funcionalidades. Com a chegada de smartphones como o Huawei Mate 50 (rede chinesa BeiDou) e o iPhone 14 (Globalstar), passa a ser possível enviar mensagens de emergência SOS via satélite, sempre que estiver numa localização sem acesso a rede móvel ou Wi-Fi. Espera-se que, com o lançamento da nova família Galaxy S23, a Samsung se junte à lista de fabricantes que têm esta funcionalidade, neste caso através da rede de satélites Iridium.

Limitações actuais
Apesar de os fabricantes anunciarem a capacidade de comunicação via satélite, esta é extremamente limitada. A solução existente até agora permite apenas o envio de uma mensagem de SOS, com a localização exacta e alguns dados médicos pessoais (de forma comprimida), até ao centro de socorro mais próximo de onde estivermos. Isto demora demora cerca de um minuto e exige que o smartphone esteja no exterior, sem qualquer tipo de obstáculo (como edifícios ou árvores), além de devidamente apontado para o satélite: é reproduzida uma mira no ecrã, para facilitar este direccionamento.

Ligações futuras
Apesar de as aplicações ainda serem muito limitadas, isso não significa que não se esteja a preparar uma nova onda de smartphones capazes de comunicar, de forma bidirecional, por satélite. A Bullitt foi o primeiro fabricante a fazer um anúncio deste género: durante o CES 2023, a marca anunciou o Motorola Defy com um serviço proprietário, o Bullitt Satellite Connect, que permitirá o envio de mensagens escritas, através de uma aplicação própria, como se fosse uma simples SMS. Este sistema tirará partido do novo modem e módulo de antenas desenvolvido pela MediaTek, pela rede de satélites de baixa órbita da Skylo e pela FocusPoint International, uma empresa especializada na gestão de serviços de assistência médica em todo o mundo.

A Qualcomm também está a desenvolver um modem que permite a comunicação bidireccional por satélite, para tirar partido dos projectos que estão a ser criados pelos principais operadores globais de telecomunicações. Entre estes, está a T-Mobile (EUA), com uma solução própria, em conjunto com a rede de satélites de baixa órbita da Space-X, a Starlink.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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