X-Plane 12

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 6 min

X-Plane é um dos mais antigos e completos simuladores de voo, sendo o único a permitir jogar em computadores com Windows, macOS e Linux, e a dispor de versões profissionais com certificação dada pela FAA (Federal Aviation Administration).

Com mais de 28 anos de vida, a Laminar Research prepara-se para lançar a sua 12ª geração, fazendo algo que tem sido típico na história deste simulador, com a disponibilização da versão Early Access (‘aceso antecipado’) para permitir que os utilizadores descubram as novidades, mas ao mesmo tempo os bugs, que vão sendo corrigidos à medida que vão saindo versões mais recentes, até ao lançamento da versão final oficial.

Iniciámos esta experiência com a versão Early Access, mas, entretanto, pudemos efectuar as devidas actualizações para a versão final e respectivas correcções (versão 12.01r3), que ficou disponível a 19 de Dezembro de 2022. Isto revela uma melhoria significativa, se recordarmos que a versão 11 do X-Plane, foi originalmente lançada a 25 de Novembro de 2016 com a primeira versão Beta, mas a versão final só foi lançada a 30 de Março de 2017.

Melhorias significativas

O primeiro ponto que temos de referir é na facilidade de instalação, que mesmo escolhendo todos os cenários disponíveis, o download e a respectiva instalação é significativamente mais rápida que simuladores rivais, como o desesperante Microsoft Flight Simulator (MFS). Mesmo após instalado, abrir o jogo é relativamente rápido, independentemente da resolução e das definições gráficas escolhidas.

Neste campo, X-Plane 12 melhorou significativamente, graças à adopção da nova API Vulkan, que está disponível para as versões para PC, tendo a API Metal sido escolhida para Mac. Poderá assim contar com efeitos mais realísticos que os disponibilizados pela anterior API OpenGL. Temos ainda novos efeitos, como as nuvens 3D volumétricas, efeitos meteorológicos mais realistas que correspondem às diferentes estações do ano, com impacto não só na aeronave como no próprio cenário, e uma reprodução mais fiel da água. O modelo meteorológico pode agora ser associado às condições meteorológicas do mundo real em tempo real.

Já o modelo de voo, este continua a ser a referência que sempre foi, ao estar um passo à frente do título rival da Microsoft. Para tal, foi essencial manterem-se fiéis à tecnologia de lâminas, ou seja, cada secção da aeronave está dividida em vários elementos em formato de lâminas, que têm um comportamento aerodinâmico distinto, que por sua vez tem impacto no comportamento de toda a estrutura da aeronave.

Isto garante um maior realismo no comportamento das aeronaves, que sempre foi apanágio de X-Plane, estando este, curiosamente, menos exigente de jogar. Ainda não vai conseguir voar de forma trivial com um comando de Xbox, mas com um simples joystick já conseguirá controlar qualquer uma das aeronaves presentes, de forma mais simples, sem ferir o realismo que sempre esteve presente.

A melhorar…

Apesar das melhorias significativas, estas não são tão visíveis quando gostaríamos, especialmente quando comparado com o seu maior rival (MFS), que utiliza uma tecnologia de fotogrametria dos dados provenientes dos satélites dos Mapas Bing, em vez de um sistema de geração de terreno, em que as texturas do solo e os edifícios reproduzidos são todos eles aleatórios e genéricos.

Aliás, a inexistência de pontos de interesse é uma das maiores falhas, especialmente para quem queira voar em modo VFR (Regras de Voo Visual), em que os pilotos podem pilotar apenas seguindo orientação visual, quando as condições meteorológicas o permitam. Em cidades como Nova Iorque, os poucos pontos de interesse que existem são o One World Trade Center, Empire State Building e a Estátua da Liberdade, e em Paris temos apenas a Torre Eiffel, o Palais de Chaillot e o Muséu do Louvre.

Em Lisboa e no Porto, como seria de prever, não existe um único ponto de referência fielmente recriado, sendo a Ponte 25 de Abril uma ponte do estilo romano, e o Cristo Rei um mero edifício. Apesar destas limitações, ainda foi possível realizar algumas viagens nessa forma sem grandes dificuldades, com a vantagem de ter conseguido aterrar em Beja, algo que estranhamente é impossível no título da Microsoft.

Na vertente meteorológica, as nuvens estão realmente mais realistas face ao seu antecessor, mas sem o esplendor do título rival MSF, embora os efeitos da chuva sejam mais realistas em X-Plane, tanto na forma como a mesma reage no visor da aeronave, como no impacto com o piso molhado, com a formação de poças de água.

Um detalhe particularmente curioso, e onde X-Plane ganha ao seu rival, é na recriação dos aeroportos, mesmo nos regionais, em especial à noite, onde as luzes da pista, da placa e dos edifícios tenta dar maior realismo, mesmo que não sejam idênticos aos aeroportos reais. Só é pena que o movimento de outras aeronaves e veículos, bem como os respectivos sons, não tenham o mesmo realismo.


Editora: Laminar Research

Distribuidora: Laminar Research

Plataformas: PC Windows, Mac, Linux

Preço: €54,99


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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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