Investigador da Universidade de Coimbra recebe bolsa europeia de 2,8 milhões de euros para desenvolver «electrónica macia»

Por: Ricardo Durand
Tempo de leitura: 3 min

«A ideia é fazer uma transição da electrónica rígida, quebradiça, poluente e dependentes de bateria para a electrónica macia, resiliente, reciclável e autoalimentada. O meu objectivo é redefinir a electrónica e a robótica».

É desta forma que Mahmoud Tavakoli, director do Laboratório Soft and Printed Microelectronics do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) explica o seu próximo projecto – para conseguir desenvolvê-lo, o investigador recebeu uma bolsa de 2,8 milhões (para um período de cinco anos), atribuída pelo European Research Council.

Denominado ‘Liquid3D – Eletrónica de Matéria Macia (soft-matter) Bioinspirada Impressa em 3D com Base em Compostos de Metal Líquido: Ecológico, Resiliente, Reciclável e Reparável‘, este projecto de Mahmoud Tavakoli vai tentar com que, num futuro próximo, seja possível imprimir circuitos e outros componentes electrónicos, com base em metais líquidos.

©Cristina Pinto | Mahmoud Tavakoli é o responsável por este projecto de electrónica macia.

Segundo o investigador, isto permite mais «liberdade de design aos cientista», já que não ficam limitados à rigidez dos componentes. A ideia passa por imprimir, em materiais maleáveis (mas também autorrecuperáveis), «sensores, actuadores, baterias e circuitos electrónicos lado a lado», com um conceito «semelhante ao que vemos na biologia».

Mahmoud Tavakoli quer, assim, desenvolver uma «série de compósitos imprimíveis sem sinterização inovadores baseados em metais líquidos», para «criar células funcionais em 3D que estão emaranhados num sistema distribuído e de modo tridimensional».

Outro dos objectivos do Liquid3D passa por «desenvolver compreensão fundamental e robótica leve de compósitos bifásicos baseados em metal líquido e métodos para reciclar os compósitos desenvolvidos», conclui Tavakoli.

©FCTUC | O Liquid3D quer tornar maleáveis vários componentes electrónicos – uma das matérias-primas será o metal líquido.

Este investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra tem estado, nos últimos anos, ligado a vários projectos deste género, como um nanocompósito de metal líquido revestido de grafeno para ser usado como condutor transparente, circuitos elásticos e flexíveis que podem ser integrados em têxteis e um método para produzir tatuagens electrónicas através de impressão a tinta.

Por: Ricardo Durand Editor
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Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo email rdurand@pcguia.fidemo.pt.
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