FBI infiltrou gangue de ransomware para interromper actividades criminosas

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min

Durante uma conferência de imprensa, o Procurador-Geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, o director do FBI, Christopher Wray, e a vice-procuradora geral dos Estados Unidos, Lisa Monaco, anunciaram que, em Julho do ano passado, o governo infiltrou as redes usadas pelo gangue Hive, que se dedicava à venda de ransomware e que passou seis meses a monitorizar as actividades do gangue.

Durante o período em que o FBI esteve infiltrado, o FBI conseguiu adquirir mais de 300 chaves de desencriptação e dá-las às vítimas de ataques de ransomware para conseguirem reaver os seus dados, o que lhes poupou mais de 130 milhões de dólares que seriam pagos em resgates. A agência também encontrou mais 1000 chaves de desencriptação que foram usadas em ataques anteriores.

O FBI também usou o seu acesso aos sistemas do Hive para avisar potenciais alvos de que estavam prestes a serem atacados, permitindo que as vítimas se preparassem. Os sites usados pelo Hive para pagamentos e para revelar dados privados das vítimas também foram bloqueados.

Segundo o site Bleeping Computer, o FBI conseguiu aceder a dois servidores dedicados e a um servidor virtual de um serviço de alojamento de sites sediado na Califórnia, que foram contratados usando endereços de email que pertenciam a membros do Hive. Ao mesmo tempo, a polícia do Países Baixos conseguiu aceder a dois servidores de backup que estavam instalados no país. As autoridades confirmaram que estes servidores serviam para publicar informação roubada às vítimas, negociar pagamentos e de ponto de encontro virtual para os membros do gangue.

Imagem – Bleeping Computer

Para conseguir interromper as actividades do Hive, o FBI disse que contou com a colaboração das polícias de vários países europeus, incluindo a polícia portuguesa.

O Hive começou as suas actividades em Junho de 2021, fez mais de 1500 vítimas (incluindo hospitais e serviços de emergência) em 80 países. Tal como outras organizações que se dedicam a RaaS (Ransomware as a Service), alugava malware a quem quisesse em troca de uma parte do resgate.

Durante o seu período de actividade, o gangue conseguiu receber mais de 100 milhões de dólares em resgates e embora não tenham sido anunciadas quaisquer detenções, o FBI diz que podem acontecer em breve.

Etiquetas:
Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
Exit mobile version