Como gerir o hardware no Windows 11

Com o novo menu de definições do Windows 11, a Microsoft tornou mais fácil e intuitiva a gestão de cada tipo de componente e periférico ligado ao seu PC.

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 20 min

Fazer a gestão dos vários componentes e periféricos que temos no computador pode tornar-se uma situação enfadonha e demorada. Felizmente, o Windows 11 veio com recursos, como a nova organização das ‘Definições’ do Windows, que tornam mais fácil o acesso às configurações de cada tipo de componente. Se for um daqueles utilizadores mais experientes, não desespere: a Microsoft decidiu manter os acessos às ferramentas tradicionais, das anteriores versões do Windows, das quais também falamos neste guia.

Explorar definições do Windows

Existem três secções essenciais das ‘Definições de Sistema’ para explorar, caso queira configurar ou aprimorar o funcionamento dos componentes do PC, no Windows 11: ‘Sistema’, ‘Bluetooth e dispositivos’ e ‘Rede e Internet’. Em ‘Bluetooth e dispositivos’, temos acesso às definições de todo o tipo de dispositivos que se ligam ao seu PC, por cabo ou em modo wireless, excepto os monitores.

Há oito secções principais, cada qual com uma breve descrição; no topo, temos a opção para ‘Adicionar dispositivo’, que será a recomendada, caso queira adicionar um novo dispositivo Bluetooth ou wireless ao seu sistema, como um novo rato ou impressora multifunções.

Caso queira emparelhar um smartphone Android, deverá clicar antes na opção ‘Abrir Vínculo ao Telemóvel’ em ‘Vínculo ao Telemóvel’, em vez de usar ‘Adicionar dispositivo’, no topo desse menu. Se clicar em ‘Dispositivos’, tem acesso a uma lista mais detalhada dos equipamentos ligados ao PC, sendo possível, através deste ecrã, desligar individualmente cada um deles. No final desta janela está ainda o clássico menu do Windows: ‘Mais dispositivos e definições de impressora’.

Configurar dispositivos de áudio

Uma das mais importantes melhorias das novas definições do Windows é a integração de funções existentes no velhinho menu de som do ‘Painel de Controlo’, como o ‘Misturador de volume’. Para aceder às mesmas, entre em ‘Definições’ > ‘Sistema’ > ‘Som’. Aqui, encontra uma forma de gerir todas as opções de saída (como colunas, auscultadores ou monitor) e entrada de som (microfone, webcam e outras).

Nestes novos menus, a navegação foi bastante melhorada: após clicar em cada um dos dispositivos, terá acesso a uma nova janela que permite regular diversos parâmetros. Existem, no entanto, algumas situações onde ainda se irá deparar com a tradicional janela das propriedades dos dispositivos.

Caso se sinta perdido com esta nova organização, poderá sempre clicar em ‘Mais definições de som’ – na última opção da página de ‘Som’ – onde encontrará a clássica janela de gestão de dispositivos de som do Painel de Controlo.

Ajuste as definições do ecrã

Através das definições de ‘Ecrã’, disponíveis no menu ‘Sistema’, terá acesso a uma panóplia de opções para configurar as definições do monitor e da placa gráfica, que vão desde a resolução do ecrã, à escala e à orientação do ecrã, por exemplo. Existe ainda a opção de configurar os modos HDR, bem como a de ligar a ‘Luz noturna’, que filtra a emissão de luz azul – esta é uma opção que deve ligar sempre que usar o PC à noite, para reduzir fadiga dos olhos.

Assim que adicionar um segundo monitor, aparece a nova secção ‘Vários ecrãs’, que permite identificar cada ecrã, bem como escolher o modo de apresentação: ‘Duplicar estes ecrãs’, ‘Expandir estes ecrãs’, ‘Só mostrar em 1’ e ‘Só mostrar em 2’. Aqui, pode arrastar os ecrãs para determinar a função de cada um deles, podendo ajustar em que posição específica deseja aplicar o ecrã escolhido face aos restantes: se à esquerda, direita, acima ou abaixo do ecrã principal e inclusive aproximá-lo de uma posição mais central ou a um dos cantos.

Na parte final deste menu de configuração, encontramos a opção ‘Ecrã avançado’, onde podemos configurar a taxa de actualização, sendo o valor máximo o compatível com o monitor. Na opção seguinte, ‘Gráficos’, escolhemos o tipo de placa gráfica para cada aplicação, de acordo com o esquema de energia atribuído pelo sistema ou de forma individual. Num computador portátil, é possível atribuir a placa gráfica integrada a uma aplicação básica de sistema (como uma ferramenta de produtividade semelhante ao Word) e definir que a dedicada será usada em jogos. Caso deseje ter um maior controlo das definições da sua placa gráfica, opte pela configuração nas próprias ferramentas fornecidas pelos fabricantes (AMD, Intel ou Nvidia).

Cores fidedignas

Costuma ser pouco relevante para a maioria dos utilizadores, mas uma configuração acertada das definições avançadas do monitor é essencial para melhorar a produtividade.

Apesar de o Windows fazer um bom trabalho a configurar de forma mais natural a reprodução das cores, a própria utilização de um controlador (driver) próprio transforma por completo a qualidade da imagem e vai dar acesso a mais ajustes nas definições. Antigamente, muitos desses controladores estavam nos CD que vêm com o monitor, mas, actualmente, o mais provável é ter de fazer o download na página de apoio do fabricante. Estes controladores tendem a incluir três pequenos ficheiros que não devem ocupar mais que 10 KB: um INF, um CAT (que são na realidade as drivers) e um ICM (o perfil de cor que o Windows passa a usar, para garantir uma reprodução mais fidedigna das cores).

Para instalar os novos controladores, aceda às ‘Definições’ > ‘Ecrã > Ecrã avançado’ > ‘Propriedades da placa gráfica para o Ecrã 1’. Surge uma janela clássica do Windows, onde deve clicar no separador ‘Monitor’ > ‘Propriedades’ > ‘Controlador’ > ‘Atualizar Controlador’. Escolha ‘Procurar controladores no computador’ e indique a localização onde estão os controladores de que fez o download.

Para verificar se o ficheiro de perfil de cor ICM foi correctamente instalado, volte à janela de ‘Propriedades da placa gráfica para o Ecrã 1’ e entre no último separador – ‘Gestão de Cores’. Na janela que se abre, podemos verificar o perfil utilizado pelo Windows. Caso não esteja identificado, clique na opção ‘Utilizar definições pessoais para este dispositivo’ > ‘Adicionar’ novo perfil; aqui, deve procurar manualmente a localização do ficheiro ICM descarregado anteriormente e clicar em ‘Adicionar’.

Configure as suas redes

Aceda ao menu ‘Rede e Internet’ para configurar todas as definições de rede do Windows. No topo deste menu, temos a indicação do tipo de ligação activa (Ethernet ou Wi-Fi), bem como o estado da mesma e a utilização de dados nos últimos trinta dias; também vemos o tipo de rede onde estamos: pública ou privada. Caso tenha pastas partilhadas em rede, estas são automaticamente configuradas como ‘privadas’; se não, recomendamos que altere a rede para ‘público’. Desta forma, pode facilmente aceder a partilhas na rede, com o seu PC a ficar invisível.

Para saber mais sobre a sua ligação, clique na opção correspondente à que está a usar: Wi-Fi ou em Ethernet. Aqui, pode alterar o tipo de perfil de rede, atribuir limites de tráfego, editar o endereço de IP e o DNS. Se precisar de informações adicionais da sua rede, regresse ao menu anterior e cliqui na opção ‘Definições avançadas de rede’, onde poderá ajustar inúmeros parâmetros, desde o nome do adaptador de rede, às definições de partilha e à firewall do Windows.

Caso sinta que a sua rede tem estado com comportamentos irregulares, faça uma ‘Reposição da rede’ – isto vai repor todos os adaptadores de rede para as definições de fábrica. Quem preferir a janela clássica de gestão dos adaptadores do ‘Painel de Controlo’, tem de clicar em ‘Mais opções do adaptador de rede’, onde será possível fazer um diagnóstico ao estado da rede.

No menu de ‘Definições avançadas de rede’, pode clicar em ‘Definições de partilha avançadas’, onde encontra as definições de partilha dos diversos perfis de rede disponíveis. Na secção ‘Todas as redes’, conseguimos fazer a partilha de pastas públicas, podendo atribuir uma palavra-passe (com diferentes tipos de encriptação) para garantir que apenas utilizadores autenticados acedem às mesmas.

Use as ferramentas clássicas do Windows

Apesar dos esforços da Microsoft em simplificar a parte da gestão dos dispositivos, algumas configurações podem não estar disponíveis nos novos menus, o que obriga a Microsoft a ter de manter algumas das ferramentas clássicas do Windows. O ‘Gestor de Dispositivos’ é um destes exemplos: para usar este recurso, clique com o botão direito do rato no botão do menu ‘Iniciar’. Esta continua a ser a melhor forma de descobrir e resolver qualquer problema relacionado com controladores ou dispositivos com falhas.

Outra ferramenta útil de versões anteriores deste sistema operativo é o gestor de ‘Dispositivos e Impressoras’, uma ferramenta criada para o Windows 7, que tem sido fundamental para a gestão de todos os dispositivos externos ligados ao PC – fica no menu ‘Bluetooth e dispositivos’ > ‘Dispositivos’ > ‘Mais dispositivos e definições de impressora’. Esta solução é a forma mais rápida de gerir cada dispositivo de forma individual, permitindo, ao mesmo tempo, fazer um diagnóstico a todos os dispositivos que mostrem falhas de funcionamento. Outra possibilidade é de verificar se o controlador do dispositivo instalado é o mais correcto: faça isto nas propriedades de hardware.

Modos de energia

Grande parte do comportamento erróneo de um PC pode ser atribuído ao modo de energia activo, especialmente se for um portátil. É através do modo de energia que vamos determinar se o computador pode (ou não) disponibilizar todo o seu potencial de processamento ou se precisa de reduzir o desempenho e as funções para poupar bateria.

Para confirmar, aceda ao menu ‘Sistema’ das Definições do Windows’ > ‘Energia’. Infelizmente, neste menu, as definições são algo limitadas: permitem pouco mais que escolher um dos três modos disponíveis (‘Desempenho’, ‘Equilibrado’ ou ‘Poupança de energia’). Tenha em consideração que alguns fabricantes de computadores portáteis usam as suas próprias ferramentas de gestão de recursos e bateria, que se sobrepõem às do Windows.

Para ter acesso a um maior controlo da gestão dos modos de energia, recomendamos a utilização de uma ferramenta clássica – ‘Opções de Energia’ – acessível com a combinação de teclas ‘Windows + R’; Aqui (powercfg.cpl) encontrará todos os modos de energia disponíveis. Faça a configuração em ‘Alterar definições do esquema’. Aqui, pode configurar o tempo que demora a desligar o ecrã e o tempo que demora a colocar o PC em modo de hibernação. Se clicar em ‘Alterar definições avançadas de energia’, encontra uma panóplia de opções que permitem controlar inúmeros parâmetros: activar o modo de poupança de energia do adaptador sem fios, desligar o disco rígido quando este não deixar de ser usado após um determinado período, gerir o estado de desempenho mínimo e máximo do processador, entre outros. Pode, inclusive, activar a opção de suspensão selectiva USB, que permite desactivar esta ligação sempre que os dispositivos usados com a mesma estiverem inactivos.

Problemas de hibernação

Além de terem opções limitadas, as configurações de energia nas ‘Definições’ do Windows não são a melhor forma de identificar e resolver os problemas do PC que estejam relacionados com a gestão de energia. Um dos mais comuns é a incapacidade de o PC se manter em modo de hibernação, muitas vezes por causa de um dispositivo mal configurado. Para determinar a origem desse erro, abra o ‘Terminal’ do Windows – clique com o botão direito do rato no ícone do menu ‘Iniciar’ e escolha a opção ‘Terminal (Administrador)’. Aqui, escreva ‘powercfg /lastwake’, para que seja identificado o dispositivo que reactivou o PC, quando estava em hibernação.

Para identificar todos os controladores e aplicações que podeem “acordar” o PC do modo de hibernação, use o comando powercfg /requests, seguido de outro comando, o powercfg /waketimers, para verificar que serviços do Windows possam ter contribuído para a falha.

Se continua a não encontrar uma causa óbvia para o problema, pode pedir ao Windows gerar um relatório detalhado da utilização de energia do sistema, através do comando powercfg /energy. Este relatório demora cerca de sessenta segundos a ser gerado, sob forma de um HTML (Energy-report.html), que fica disponível na pasta onde se encontra actualmente.

Dar uma vista de olhos no armazenamento

As unidades de armazenamento, sejam elas do tipo mecânico (disco rígido) ou NAND (SSD), são fundamentais para o correcto funcionamento do seu sistema, razão pela qual as deverá monitorizar. A melhor forma de fazer isto é recorrer às ferramentas que os fabricantes disponibilizam nas páginas de apoio: alguns exemplos que lhe podemos dar são o Magician da Samsung, o SSD Manager da Kingston e o SSD Utility da Kioxia. Com estas apps, tem acesso à monitorização SMART, indicação da temperatura do SSD, pode fazer a actualização do firmware, e em certas ocasiões, correr uma análise de desempenho, para confirmar a boa saúde da unidade.

No caso dos discos rígidos mecânicos, a monitorização é de extrema importância, já que este é significativamente mais sensível que uma unidade SSD, por utilizar elementos móveis e electromagnéticos. Aqui, recomendamos ferramentas como o WD Dashboard, para discos da Western Digital; e o SeaTools, para modelos da Seagate.

Características detalhadas

Apesar do esforço da Microsoft para nos mostrar as características de um PC (como acontece no caso da identificação do processador e da memória RAM instalada, acessível através do menu ‘Definições’ > ‘Sistema’ > ‘Acerca de’), a informação a que temos acesso é sempre muito limitada. Nem mesmo o ‘Gestor de Dispositivos’ nos dá o nível de detalhe de uma app como o HWiNFO (hwinfo.com). Esta pequena ferramenta gratuita dá-nos acesso a informação detalhada sobre todos os componentes e elementos do PC, além de mostrar dados recolhidos por todos os sensores disponíveis, como o consumo de energia e as temperaturas, entre outros parâmetros, dos mais variados componentes, como a motherboard, o processador, a placa gráfica, a memória RAM e os SSD.

Visita guiada ao menu ‘Bluetooth e dispositivos’

Impressoras e scanners

Aqui estão as impressoras instaladas no PC e é onde podemos instalar uma nova. Também é possível gerir várias definições de impressão, como alterar o tipo de papel usado por defeito.

Vínculo ao Telemóvel

Use esta ferramenta para ligar o smartphone Android ao PC e, assim, ter acesso imediato às aplicações/ficheiros presentes no dispositivo móvel. Outra das possibilidades é responder a mensagens escritas ou abrir vídeos que lhe enviaram.

Câmaras

Veja quais as câmaras disponíveis no seu sistema, incluindo as de videovigilância que comunicam por ligação IP. Aqui, consegue ajustar as suas definições, como a resolução e o áudio, bem como aplicar efeitos cinemáticos, caso tenha a actualização 22H2 do Windows 11.

Rato

Neste menu pode definir o botão primário do rato, a velocidade do ponteiro ou, simplesmente, aceder ao clássico menu ‘Propriedades de Rato’, em ‘Definições adicionais do rato’.

Reprodução Automática

Clique nesta opção para configurar o que acontece sempre que ligar uma pen USB ou um cartão de memória. Por questões de segurança, esta função está desactivada por defeito; pode, inclusive, escolher aplicações específicas para cada função.

USB

Este menu é o mais limitado desta secção, uma vez que tem apenas duas opções: uma que permite ligar ou desligar as notificações de problemas com a ligação de um dispositivo USB; e outra para activar notificações, se a porta USB estiver a usar um carregamento demasiado lento.


Resolva os problemas da ligação Wi-Fi

Embora o Windows 11 já consiga detectar e resolver diversos problemas de ligação sem fios, não pode fazer muito para melhorar o seu desempenho. É por isso que recomendamos a utilização de uma ferramenta como o WIFI Analyzer. Uma vez instalada, esta ferramenta permite monitorizar vários parâmetros da ligação: protocolo usado, canal de Wi-Fi, banda, endereço IP e força do sinal, entre outros. No separador ‘Redes’, encontra uma lista de redes Wi-Fi disponíveis ao alcance da controladora do seu PC, onde também é mostrada a força do sinal de cada uma delas, bem como o canal usado. Com isto, pode encontrar potenciais interferências, como a utilização do mesmo canal de comunicação nas redes Wi-Fi dos seus vizinhos.

Am ‘Análise’, o WIFI Analyzer indica o canal recomendado, para evitar interferências; no entanto, isto exige o acesso ao ‘Painel de controlo’ do router e a configuração manual das definições da rede Wi-Fi existente.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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