Pela primeira vez, um reactor de fusão nuclear produziu mais energia que a que consumiu

Apesar deste grande avanço na tecnologia de fusão nuclear, este método de produção de energia ainda está longe de ter aplicações práticas.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 2 min
Imagem - Laboratório Lawrence Livermore

Uma equipa de cientistas do Lawrence Livermore National Laboratory, nos Estados Unidos, conseguiu, pela primeira vez, criar uma reacção de fusão nuclear, que conseguiu produzir mais energia que a que foi injectada no reactor. Este feito, foi conseguido a 5 de Dezembro e foram usados 192 lasers na National Ignition Facility, para bombardear um cilindro que continha hidrogénio congelado rodeado por diamante.

A reacção, que gerou a emissão de raios X, atingiu uma pastilha de Deutério e Trítio com 2,05 megajoules de energia. O resultado foi a emissão de neutrões e 3,15 megajoules de energia. A energia gerada é equivalente à contida em 0.6 kg de TNT, mas é suficiente para ser considerado uma ignição de fusão nuclear.

O trabalho da National Ignition Facility nesta tecnologia começou em 2009, mas só em 2014 é que a tecnologia de fusão nuclear baseada em lasers conseguiu produzir um volume significativo de energia. O trabalho avançou bastante no ano passado. Em Agosto, o laboratório Lawrence Livermore conseguiu produzir 70% da quantidade de energia usada para fazer funcionar o reactor. No teste realizado em Setembro, o sistema conseguiu gerar 1,2 megajoules de energia com um consumo de 2,05 megajoules.

Apesar deste sucesso, a equipa diz que ainda é necessário muito trabalho de desenvolvimento antes que esta tecnologia esteja pronta para uma utilização prática. Durante a apresentação destes resultados, os cientistas disseram que é necessário melhorar o número de reacções por minuto, simplificar o processo e torná-lo facilmente reproduzível. Finalmente, uma das principais dificuldades que tem de ser resolvida é a da escala do sistema, porque tem de conseguir fornecer energia ao maior número de pessoas para justificar o investimento.

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Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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