Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal: «Não vejo necessidade de haver mais de três operadoras no mercado nacional»

Por: Ricardo Durand
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A Vodafone fez trinta anos na semana passada e, hoje, a operadora recebeu alguns jornalistas de tecnologia e economia para um pequeno-almoço informal, onde o CEO, Mário Vaz, fez um balanço do trabalho feito nos últimos anos e projectou o futuro.

Como seria de esperar, o tema que dominou o encontro acabou por ser a compra da Nowo e as implicações que esta aquisição vai ter para o mercado e clientes da empresa, cuja sede se via do sétimo andar do edifício da Vodafone, no Parque das Nações (Lisboa), onde Mário Vaz recebeu os jornalistas.

Sobre a compra, o CEO confessou que decidiu avançar por causa da base de cerca de 400 mil clientes da Nowo, recusando outras teorias: «Não foi para eliminar um concorrente do mercado ou para ficarmos com as licenças 5G [a Nowo ficou com dois lotes nos 1800 MHz e licenças nos 2,1 GHz e nos 3,6 GHz].

Como é sabido, esta compra está ainda dependente da decisão da Autoridade da Concorrência, organismo que a Vodafone vai notificar na «primeira quinzena de Setembro».

©PCGuia | No sétimo andar da sede da Vodafone onde decorreu o encontro com Mário Vaz, viam-se os escritórios da Nowo.

Se o negócio avançar mesmo, o mercado nacional ficará, efectivamente, sem uma operadora, o que vai ao encontro de uma das mensagens mais fortes de Mário Vaz, neste pequeno-almoço: «Não vejo necessidade de haver mais de três operadoras no mercado nacional». Nesta equação, falta a romena Digi (que participou no leilão 5G com a sua subsidiária Dixarobil e conseguiu assegurar um lote nos 900 MHz; um lote nos 1800 MHz e lotes de 3,6 GHz.

Fusão do espectro 5G da Vodafone e Nowo não será entrave ao negócio

A compra levanta ainda outra questão: a totalidade do espectro adquirido pela Nowo junta-se à da Vodafone. Como o Eco avançou na semana passada, isto pode colocar um problema: «Os 90 MHz e os 40 MHz detidos, respectivamente, pela Vodafone e pela Nowo na faixa dos 3,6 GHz, uma das mais importantes para o 5G, ultrapassam o limite dos 100 MHz definidos pela Anacom para esta banda».

Mário Vaz acredita que isto não vai ser um «entrave» para o negócio, até porque a compra é da Cabonitel S.A, a empresa espanhola accionista da Nowo, pelo que o critério do limite de espectro «não se aplica». O valor de 150 milhões de euros, avançado pelo El Pais, não foi confirmado pelo CEO, embora o responsável tenha deixado escapar que esse número possa estar, «provavelmente, entre 0 e 150 milhões».

Em relação à passagem dos clientes da Nowo para a Vodafone, Mário Vaz diz que os assinantes de um serviço móvel vão ter de mudar de cartão SIM; já quem tiver serviço fixo de TV, Internet e telefone será contactado para trocar os equipamentos e fazer upgrade para fibra, nas zonas onde estiver disponível.

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Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo email rdurand@pcguia.fidemo.pt.
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