Conheça melhor a arquitectura Nvidia Ada Lovelace

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 5 min

Foi ontem ao final do dia, que Jensen Huang, CEO da Nvidia, revelou a nova arquitectura Ada Lovelace, e quais os primeiros modelos a tirarem partido desta, as novas GeForce RTX 4090 e RTX 4080 de 16 e 12 GB de memória. Porém, devido a restrições de tempo disponível, foram revelados poucos detalhes sobre este novo GPU, detalhes esses que estão a ser, aos poucos, divulgados. Vamos reunir tudo o que sabemos.

TSMC 4nm

Este novo GPU está a ser produzido pela TSMC, utilizando o mais avançado processo de fabrico de 4 nm, evitando assim todos os problemas causados pelo anterior processo de fabrico de 8 nm utilizado pela Samsung, que foi utilizado pelo GPU GA102, utilizado nas (ainda) actuais GeForce RTX 30.

Embora em termos de dimensões físicas não seja tão grande quanto os seus antecessores, com 608 mm2 (o GA102 tinha 628 mm2), a sua densidade é 2.78x superior, já que numa área menor consegue acumular até 76.3 mil milhões de transístores, o que o torna em um dos componentes semicondutores mais complexos que alguma vez vimos, superado apenas pelo Apple M1 Ultra, com 114 mil milhões de transístores.

 

Este significativo aumento de transístores deve-se à incorporação de um maior número de unidades de computação específica, com o GPU AD102 a poder ter até 18.432 núcleos CUDA, até 142 núcleos RT e até 568 núcleos Tensor. Em termos de comparação, a GeForce RTX 4090 ontem apresentada tem 16.384 núcleos CUDA, 128 núcleos RT e 512 núcleos Tensor.

 

Uma questão de memória

Existe um detalhe importante a reter, especialmente quando compararmos estes novos modelos com as suas antecessoras. Estas, por sua vez, já se encontravam limitadas pela largura de banda das memórias utilizadas, umas rapidíssimas memórias GDDR6X com 21 Gbps.

Aparentemente as novas GeForce RTX 4090 e 4080 manterão o uso de memórias GDDR6X de 21 Gbps, ou seja, a largura de banda será à mesma 1008 GB/s, tal como acontecia com a GeForce RTX 4090 Ti, o que só por si representa um problema, especialmente se tivermos em conta o aumento significativo na capacidade de processamento destes novos GPU.

A solução que a Nvidia encontrou para resolver este problema foi recorrer a algo que a AMD já utiliza na sua arquitectura RDNA2, através da aplicação de uma elevada capacidade de memória cache. No caso da GeForce RTX 4090, esta utilizará um total de 96 MB de memória cache, um aumento significativo face aos parcos 6 MB disponibilizados pelas anteriores RTX 3090 Ti.

POWERRRRRR…

Este sub-título foi inspirado nas populares expressões de Jeremy Clarkson da série The Grand Tour da Amazon, mas aplica-se na perfeição nestas novas placas gráficas da Nvidia. Com este aumento gigantesco de complexidade, terá a Nvidia conseguido contrariar os anúncios que anteviam consumos na ordem dos 800W?

Na realidade sim, especialmente depois de ontem terem anunciado com que a GeForce RTX 4090 tem um TBP (Total Board Power) de 450W, o que é praticamente idêntico ao TBP da GeForce RTX 3090 Ti, tendo as restantes RTX 4080 de 16 GB e de 12 GB um TBP de 320W e 285W, respectivamente.

Naturalmente que estes valores se referem aos modelos de referência da Nvidia, as populares “Founders Edition”, ou seja, os modelos de outros fabricantes, como Asus, MSI e outros deverão utilizar um TBP superior, visto que estes modelos utilizam, muitas vezes, frequências superiores, ou seja, estão em overclock.

Bem, resta agora aguardar pela chegada dos primeiros modelos ao mercado, para podermos comprovar as afirmações da Nvidia, que anuncia até 25% de melhor desempenho em jogos mais tradicionais, e um aumento até 4x superior em jogos com Ray Tracing e DLSS 3 activado.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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