Marinha dos Estados Unidos testou com sucesso um laser para defesa de navios

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min
Imagem - Lockheed Martin

Em Fevereiro deste ano, no deserto do Novo México, a Marinha dos Estados Unidos conseguiu abater um drone que fazia as vezes de um míssil de cruzeiro, com recurso a um raio laser. O teste foi levado a cabo pelo Office of Naval Research, e é mais um passo para construir futuros sistemas de defesa para navios que usem lasers em vez de mísseis ou balas.

Embora o teste tenha sido levado a cabo em Fevereiro, o Office of Naval Research anunciou os resultados a 13 de Abril, o mesmo dia em que o navio almirante russo da frota do Mar Negro, Moskva, se incendiou. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o fogo deveu-se a uma detonação num paiol de munições. Já o Ministério da Defesa da Ucrânia, anunciou que o navio tinha sido atingido por dois mísseis antinavios Neptune. No dia seguinte, enquanto estava a ser rebocado para reparações num porto, o Moskva afundou-se. Segundo uma fonte oficial do Departamento de Defesa a americano, o Moskva foi mesmo atingido por dois mísseis Neptune.

A arma que foi testada em Fevereiro, chama-se Layered Laser Defense (LLD) e foi construída pela Lockheed Martin para demonstrar a sua eficácia à marinha. O objectivo é ser capaz de destruir drones, pequenas embarcações e mísseis de cruzeiro que voem a velocidades subsónicas. Os mísseis de cruzeiro antinavios Neptune, são subsónicos, mas nem todos são.

Para identificar os alvos, o LLD inclui um telescópio que consegue seguir objectos voadores, ajudar na identificação de veículos e examinar o nível de danos que o sistema laser conseguiu infligir.

Depois de ter sido atingido, foi usado um pára-quedas para recuperar o drone. Imagem – Lockheed Martin

Os drones, mísseis e as embarcações de pequenas dimensões, são ameaças reais para os navios militares porque são formas de ataque assimétricas, que usam tecnologias mais baratas para destruir alvos mais caros e maiores, como um navio. As marinhas dos vários países investem bastante em defesas para proteger os navios destes tipos de ataques, mas estes sistemas só podem ser acrescentados até um determinado ponto. É mais fácil tentar afundar um navio usando mais mísseis, mais pequenas embarcações, mais drones ou uma combinação de vários meios deste tipo do que a um navio ter defesas suficientes para repelir todos os tipos de ataques deste tipo.

É aqui que o LLD pode ser uma solução. Em vez de usar um fornecimento finito de mísseis antiaéreos ou de balas, o LLD apenas requer energia que é fornecida pelos motores do navio que está a proteger. Outra vantagem do LLD é que não está a acrescentar mais objectos explosivos que podem causar um acidente no navio.

Os sistemas de defesa que usam laser também podem ter um custo de operação mais baixo que outros sistemas de defesa para um navio. Segundo um relatório publicado por uma entidade do Congresso do Estados Unidos, o disparo de um laser neste contexto tem um custo estimado entre 1 e 10 dólares, que é o preço do combustível usado para gerar a energia necessária para fazer funcionar o laser.

Cada bala de 20 mm disparada pelo sistema de defesa Phalanx, usado em vários navios americanos, custa 27 dólares. O sistema C-RAM, a versão do Phalanx para utilização em terra, dispara em média 300 balas para destruir um único alvo, o que faz com que, em média, a destruição de um alvo custe cerca de 8100 dólares.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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