Dicas para combater a desinformação na cobertura do conflito entre a Rússia e a Ucrânia (e não só)

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 5 min

À medida que a Rússia continua a invasão da Ucrânia, há muita coisa a circular pelas redes sociais. Muitas das publicações são legítimas, mas também muitas são falsas, antigas ou com o objectivo de sacar dinheiro a quem quer ajudar legitimamente.

Uma das primeiras coisas a ter em mente é que nunca se sabe quem está do outro lado. Será que a pessoa que publicou uma foto de camuflado e de uma arma está mesmo numa zona de guerra, ou é alguém que quer apenas parecer que lá está?

Alguns conselhos para tentar manter-se informado e não cair em esquemas de angariação de fundos fraudulentos:

Ignore a quantidade absoluta de seguidores de uma conta numa rede social

Há muitas contas de Instagram, Twitter e TikTok que têm milhões de seguidores. No entanto, por vezes, esta enorme quantidade de seguidores são uma mistura de pessoas reais e de bots. Em muitos casos, a quantidade de seguidores não é igual a legitimidade. Um sinal que se deve procurar sempre é se a conta em questão é seguida por membros do governo ou jornalistas de meios de comunicação importantes.

Verifique os conteúdos que consome

As contas que espalham desinformação acerca de conflitos podem usar fotos de outras guerras, de exercícios militares e mesmo tiradas de videojogos. A veracidade destas imagens pode ser comprovada através de uma simples busca reversa de imagem.

Para o fazer, siga estes passos simples:

  1. Aceda à página de busca de imagens do Google.
  2. Aqui, pode usar dois métodos diferentes:

    Pode copiar e colar o URL da imagem que quiser verificar no campo de busca;

    Se tiver a imagem gravada no seu dispositivo, pode carregá-la para o Google arrastando-a para a página.

  3. Assim que o fizer, o Google analisa a imagem. Se já foi publicada noutras ocasiões, são apresentados os links para os sites onde está albergada.

No caso dos vídeos, é um pouco mais complicado verificar rapidamente a sua veracidade. É por isso que o vídeo é o meio predilecto de quem quiser espalhar informação falsa. Nesta guerra, andam circular vídeos de videojogos, manobras militares e de outras guerras passadas, com a indicação de que se trata de vídeos que mostram o conflito actual.

Por isso, todos os vídeos sobre este conflito que lhe aparecerem nos feeds das redes sociais, que não venham de meios de comunicação social conhecidos, devem ser vistos com algum cepticismo.

Pense antes de partilhar

Mesmo que tenha poucos seguidores nas suas contas das redes sociais, pode chegar a muita gente na mesma. No seu círculo de amigos, os links, fotos e vídeos que partilha têm sempre alguma legitimidade, porque eles confiam em si. Por isso, deve partilhar apenas conteúdos que vêm de fontes verificadas, como meios de comunicação ou agências governamentais. Claro que pode partilhar o que quiser, mas se não souber de onde vem, ou se é verdade, deve sempre indicá-lo.

Tenha cuidado com os donativos

Em quase todos os conflitos, o sofrimento de outros é usado por pessoas com menos escrúpulos para ganharem dinheiro fácil. Por isso, se for contactado por mensagem directa, SMS, ou por email, para contribuir para uma qualquer angariação de fundos para ajudar na crise da Ucrânia (ou qualquer outra), faça alguma investigação para ver se é mesmo legítima. Se, mesmo assim, quiser contribuir, mas achar que algo não bate certo, tente entrar em contacto directo com os organizadores para ficar a saber como é que o que estão a recolher vai chegar às pessoas em dificuldades. Lembre-se sempre que se consegue criar uma angariação de fundos numa rede social em poucos minutos.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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