Plateau

Por: António Simplício
Tempo de leitura: 3 min
starline / Freepik

Sou da opinião de que atingimos o plateau deste estágio de desenvolvimento aplicacional. Corram-se as apps stores de fio a pavio e, dentro das inúmeras categorias que nestes últimos anos vimos criadas, há opções para todos os gostos. Do gaming, às plataformas de streaming, da fotografia e vídeo ao blogging, do social media às aplicações de produtividade e empresariais. Hoje, a escolha das mesmas parece ser baseada nas comunidades que as habitam. Há as consensuais, as transversais e mesmo as impossíveis de ignorar como o Instagram ou o WhatsApp mas, depois, temos apps que, pelo nicho de utilizadores a que apelaram, merecem a fidelidade destes. No gaming poderá ser o Discord para chat e o Twitch para o streaming, por exemplo. Estes sucedem-se e replicam-se nas outras categorias.

O que hoje parece faltar são os serviços e apps disruptivas. Aquelas que, de um dia para o outro, nos põem todos a falar delas. Poder-se-ia afirmar ter sido este hiato que a COVID-19 nos impôs e colocou o mundo em hold, via Zoom. Sou mais da opinião de que atingimos um plateau tecnológico.

Há um mundo de serviços e aplicações à espera de largura de banda e ausência de latência. Está-nos a fazer falta o 5G. A Internet das Coisas abrirá de novo a torneira da inovação e voltaremos a maravilharmo-nos (ou assustar-nos) com as possibilidades das interações com objectos que, de repente, ganham vida. No entanto, como não há bela sem senão, o 5G trará consigo as ameaças à segurança e privacidade. Se tinha a típica família de um casal e dois filhos, na última década adotei quatro computadores, quatro smartphones, dois televisores inteligentes e, mais recentemente, um frigorífico e um cão. É “muita gente” conectada. Muito local por onde alguém com algum jeitinho possa entrar nas nossas vidas.

Já há algum tempo que, em conversas com amigos afirmo que, se há dez anos vivíamos o aparecimento dos smartphones e o abrir de um novo capítulo na forma da interação humana, os próximos dez anos serão ainda mais disruptivos e acelerados. Podemos estar num plateau, mas aperte o cinto que a maior descida da montanha-russa está ao virar da esquina.

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