Nvidia RTX IO

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 4 min

Muito se tem falado sobre a unidade SSD da futura PS5 ser revolucionária, como se o acesso aos dados fosse o principal responsável sobre a qualidade gráfica de um videojogo e não o processador ou a GPU. Mas há uma solução muito melhor: o novo Nvidia RTX IO, que estará disponível para todos os utilizadores de placas gráficas da geração GeForce RTX 20 e RTX 30, como as novas RTX 3070, 3080 e 3090, assim que a tecnologia seja suportada numa futura versão dos drivers gráficos da Nvidia. Mas no que consiste esta tecnologia?

Base Microsoft DirectStorage
Na base do Nvidia RTX IO encontra-se a nova API DirectStorage da Microsoft, criada especificamente para a Xbox Series X, mas que foi devidamente optimizada pela Nvidia, para ser utilizada pelas suas controladoras gráficas.

Esta tecnologia tem como objectivo libertar o CPU do sistema de processamento de todos os dados dos jogos armazenados nas unidades SSD. Isto significa que, mesmo as mais recentes unidades SSD M.2 NVMe PCIe 4.0, que conseguem atingir uma largura de banda máxima de 7 GB/s, continuam demasiado dependentes do processador, que tem como tarefa processar individualmente cada ficheiro de dados para finalizar a tarefa em vigor.

Isso é particularmente exigente no caso dos jogos que utilizam ficheiros comprimidos (fundamental para poderem ser processados) com dados como as gigantescas texturas, ficheiros de áudio e outros, que são processadas posteriormente como um todo.

Com a tecnologia Microsoft DirectStorage torna-se possível aceder a apenas parte dos ficheiros armazenados, aqueles que são necessários no momento, e a apenas a parte das texturas que serão utilizadas naquele momento, evitando assim o desperdício de processamento necessário para catalogar e processar todos os ficheiros armazenados.

A GPU ajuda
Com o Nvidia RTX IO, a Nvidia aproveita o princípio de funcionamento do DirectStorage, mas introduz uma alteração fundamental, ao utilizar o processador gráfico da sua GeForce RTX para processar esses dados.

Isto só é possível graças à elevada capacidade de processamento dos núcleos CUDA, que têm a vantagem de usar a elevada largura de banda da interface PCIe 4.0 para aceder aos ficheiros armazenados na sua unidade SSD NVMe, descomprimindo imediatamente esses dados na memória dedicada da própria placa gráfica e acedendo, por fim, apenas aos ficheiros necessários no momento, tornando todo o processo mais eficiente.

Isto permitirá não só acelerar todo o processo de carregamento dos jogos, especialmente nos mais exigentes, como os do tipo open world (mundo aberto), como GTA V, Red Dead Redemption 2 e outros, bem como libertar o processador e a memória do sistema, que escusam, assim, de ter que lidar com estes processos que, por sua vez, teriam de ser enviados para o GPU e a memória gráfica do sistema, para serem novamente processados, antes de serem reproduzidos no ecrã do seu PC. Infelizmente, ainda não existe data de disponibilização de nenhuma das tecnologias aqui referidas, nem que jogos as irão suportar.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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