Star Wars Squadrons

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min

A memória é uma coisa chata. É chata, porque quando vemos um jogo que é, essencialmente, um remake de outro feito no passado, mas que é vendido como se fosse uma coisa nova em folha, criam-se anticorpos capazes enviesar quaisquer opiniões mais ou menos isentas que se queiram dar sobre o jogo acabado de lançar. Principalmente quando se jogou os originais à exaustão… É o que acontece com Star Wars Squadrons.

Entre 1993 e 1999 a Lucasarts lançou o que ficou conhecido como a ‘Série X-Wing’, cinco jogos single e multiplayer que nos punham aos comandos de X-Wing e Tie Fighter em várias missões, tanto do lado da rebelião, como do império. Pelo meio, em 1997, foi lançado ‘X-Wing vs Tie Fighter’ um título exclusivamente multiplayer que permitia jogar em modo cooperativo ou head-to-head.

Como se sabe, depois da compra da Lucasfilm por parte da Disney em 2012, a Lucasarts deixou efectivamente de existir e o desenvolvimento dos videojogos da série Star Wars foi subcontratada à Electronic Arts. Em 2020, a Electronic Art lança Star Wars Squadrons, um jogo que nos coloca aos comandos de um X-Wing (e outros caças) ou de um Tie Fighter imperial. Está a ver as semelhanças?

Em abono da verdade, e visualmente, os jogos dos anos noventa têm pouco que ver com o que se faz hoje – naquela altura, os gráficos 3D eram simples e as texturas inexistentes. Mas o jogo de 2020 é algo digno de se ver: os gráficos são do mais realista que se consegue hoje em dia e está tudo nos sítios certos. Se tiver hipótese de usar um sistema de realidade virtual pode olhar à volta do cockpit como se estivesse mesmo lá dentro, a voar.

Tudo o resto é exactamente igual aos jogos originais, ao ponto de o sistema de gestão de energia dos caças (motores/escudos/armas) usar exactamente as mesmas teclas. A mecânica é simples: mais energia nos motores, o caça anda mais depressa, mas os escudos e as armas ficam mais fracos. A mecânica é a mesma para os outros dois componentes.

O que falta a Squadrons é a história que dá profundidade aos jogos originais, principalmente a de Tie Fighter (lançado em 1994), que está cheia de twists, traições e em que nos cruzamos praticamente com todos os pesos-pesados da saga, incluindo Darth Vader e Grand Admiral Thrawn.

Mas voltando a Squadrons, a campanha single player é curta demais, parece quase um tutorial mais extenso, daqueles que aparecem no início dos jogos para se aprender a mecânica. Quando acaba, resta o PvP, que ao fim de algum tempo também acaba por se tornar repetitivo demais.


Editora: Electronic Arts

Distribuidora: Namco

Disponível para: Windows, PS4, Xbox One

Preço: €39,99

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
Exit mobile version