Sony Alpha A7S III

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 5 min

Ao contrário da Canon, a Sony quando criou a A7S III decidiu criar algo que os utilizadores da anterior geração realmente desejavam, uma câmara para filmar em 4K que pudesse ser utilizada em qualquer ocasião, sempre que o utilizador precisar.
Esta poderá parecer uma crítica à Canon e aos reconhecidos problemas de sobreaquecimento da EOS R5, mas a realidade é que, comparando lado a lado a EOS R5 com a A7S III, o modelo da Sony foi capaz de gravar vídeo 4K a 60p durante mais de uma hora sem revelar qualquer paragem.

Até mesmo gravando a 4K a 120 fotogramas por segundo, a A7S III conseguiu trabalhar durante mais de meia hora até se desligar devido a sobreaquecimento, tendo demorado menos tempo a recuperar e a retomar às gravações, nos mesmos modos que estávamos a usar.
Tudo isto se deve ao excelente trabalho realizado pela Sony, em utilizar uma maior, e melhor, estrutura de dissipação de calor, que espalha todo o calor pelo chassis da câmara, sem tornar a mesma desagradável de manusear com as mãos.

Melhorias
Conforme dissemos, a A7S III foi criada tendo em conta o feedback dos utilizadores, razão pela qual utiliza, finalmente, um ecrã táctil traseiro de ângulo variável que se desloca para o lado, em vez de apenas para cima. Esta solução, porém, não é perfeita, pois não pode ser utilizada se estiver a usar as portas laterais, como a entrada de microfone externo, auscultadores, saída HDMI e entrada USB-C, que permite carregar a bateria da câmara, via powerbank, enquanto a utiliza.

No outro lado encontrará duas ranhuras de cartões híbridos, compatíveis com cartões SDHC e SDXC, bem como os novos CFexpress Type A, bastante caros, mas que serão fundamentais para gravar 4K a 120p, graças aos 800 MB/s de velocidade de gravação.
Destaque ainda para o novo visor electrónico, que usa uma impressionante resolução QXGA, com 9,44 milhões de pontos, e que suporta 120 Hz de taxa de refrescamento, sendo tanto a resolução como a velocidade ajustáveis no menu. E, já que falamos em menu, a Sony fez um excelente trabalho em, finalmente, renovar os menus, adaptando-os a uma melhor interacção táctil no ecrã.

Sensor feito para vídeo
A nova A7S III continua a usar um sensor full-frame com 12 MP, o que garante que tenha fotodíodos com uma dimensão maior, permitindo assim captar mais luz em qualquer ocasião. Uma forma de comprovar esta solução é verificar a excepcional eficácia do sistema de focagem automática, que conseguiu detectar (e manter focado) o olho de um gato num local quase às escuras. Para isto também foi fundamental a preciosa ajuda do duplo processador Bionz XR, que permite ao sensor trabalhar com sensibilidade ISO de 80-102.400, que pode ser ampliada para 80-409.600 para vídeo ou 40-409.600 para a fotografia.

Falta referir a presença de novos codecs, como o XAVC HS (H.265), que mantém o bit-rate do XAVC S (H.264), mas que devido à maior eficácia na compressão, garante que mais informação seja armazenada num ficheiro com a mesma dimensão. Existe ainda o novo XAVC S-I, que usa a tecnologia All-Intra, que grava cada fotograma como sendo uma fotografia, com todos os detalhes, bem como os habituais perfis de imagem, como o Hybrid Log-Gama, S-Log2 e S-Log 3.


Distribuidor: Sony

Site: sony.pt

Preço: €4200 (só corpo)


Ficha Técnica

Sensor: 12,1 MP (CMOS Full Frame)
Processador de Imagem: BIONZ XR
Ecrã: 3 polegadas táctil de ângulo variável
Gravação de Vídeo: até 4K até 120 fps e 4K RAW 16-bit até 60 fps
Objectivas usadas: FE 24-70mm f/2.8 GM
Dimensões: 128,9 x 96,9 x 80,8 mm (corpo)
Peso: 699 gr (corpo)


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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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