TDT – Televisão Digital Terrestre

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 4 min

A TDT (Televisão Digital Terrestre) tornou-se uma realidade no início da década passada (o processo decorreu até 2012) em todos os países pertencentes à UE. Esta solução permitiu abandonar o anterior sistema analógico, que utilizava frequências distintas, não só por canal, como por antena emissora, razão pela qual era frequente sintonizar-se o mesmo canal de televisão com frequências distintas, dependendo da proveniência.

Com a TDT tornou-se possível aceder a um maior número de canais de televisão, desta vez em formato totalmente digital, o que por sua vez garante uma melhor qualidade, não só na imagem como no áudio. Ao todo, em Portugal estão disponíveis canais como a RTP1, RTP2, RTP3, RTP Memória, SIC, TVI e ARTV (Canal Parlamento), bem como a RTP Madeira e a RTP Açores, disponíveis na região da Madeira e dos Açores, respectivamente.

Através da TDT, tornou-se igualmente possível aceder a um guia de programação electrónico, com informações sobre os programas disponíveis, bem como fazer gravação e pausa das emissões, caso disponha de um equipamento com gravação (televisão ou descodificador).

Acessibilidade
Tendo em conta que o espectro de canais radioeléctricos utilizados para o TDT utilizava uma frequência maior (quanto maior a frequência, menor o alcance do sinal) que o anterior sinal analógico, passaram a existir regiões do País onde começou a ser necessário recorrer-se a um kit de recepção de sinal por satélite. Este kit inclui um descodificador, o respectivo cartão, telecomando e cabos de ligação, sendo este equipamento vendido nas lojas MEO (parte do valor é comparticipado). O “prato” de satélite (vulgarmente designada de parabólica), o receptor LNB e respectiva cablagem deverá ser adquirida separadamente.

Relativamente às zonas com cobertura de sinal, bastará utilizar o seu televisor, que à partida já deverá suportar as normas nacionais (diferente das europeias), ou um descodificador, caso esteja a usar uma televisão mais antiga. Qualquer um destes dispositivos deverá ser compatível com a norma DVB-T, bem como o codec MPEG-4/H.264, significativamente mais eficiente que o MPEG-2, utilizado por muitos outros países europeus.

Alterações, frequências e companhia
O processo de migração da televisão analógica para digital, como seria de esperar, não decorreu sem problemas, uma vez que implicou a aquisição de novos equipamentos. Houve, naturalmente, burlas, com vendas de descodificadores supostamente compatíveis, bem como a falta de alcance do novo sinal digital. Desde então, o serviço TDT encontra-se naquela que é a chamada ‘terceira fase de migração’, para libertar a faixa dos 700 MHz (entre os 694 a 790 MHz), frequências que serão necessárias para a transição da actual rede de dados 4G para a rede 5G. Isto implicará que todos os utilizadores abrangidos por emissores que actuam nos canais radioeléctricos 49, 54, 55 e 56, deverão ter de sintonizar para os novos canais correspondentes ao emissor da sua região. Os utilizadores que já utilizem os canais 40, 42, 45, 46, 47 e 48 não precisam de alterar a sintonização dos seus equipamentos, já que estes canais correspondem a frequências abaixo dos 700 MHz. Em caso de dúvida, deverá consultar a página da Anacom para confirmar a sua situação.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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