Investigação da Universidade do Porto entre os projectos escolhidos pelo consórcio mundial de combate à COVID-19

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 3 min

Desde o início da pandemia causada pelo novo Coronavírus, foram criadas várias frentes para combater a pandemia. Uma dessas frentes foi a criação do COVID-19 High Performance Computing Consortium, uma iniciativa público-privada criada no final do mês de Março, que tem como objectivo tirar partido das capacidades de supercomputação de mais de 30 supercomputadores em todo o Mundo.

Este consórcio, liderado pela IBM, oferece à investigação um poder de processamento total superior a 420 petaflops, para ajudar rapidamente investigadores de todo o mundo a encontrarem formas de combater a COVID-19. Estes recursos são, no entanto, apenas disponibilizados a propostas de projectos que possam criar maior impacto, tanto na criação de terapêuticas, como de uma possível vacina e no desenvolvimento de modelos preditivos para avaliar a progressão da doença.

Entre os 40 projectos aprovados até ao momento em todo o mundo, há um trabalho português liderado por Maria João Ramos, Professora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que visa a descoberta de fármacos contra a protéase principal do vírus da COVID-19.

Este projecto, da responsabilidade do Grupo de Bioquímica Computacional / LAQV, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, está a ser desenvolvido com o apoio da IBM através da plataforma Extreme Science and Engineering Discovery Environment (XSEDE) e tem como objectivos principais:

  • A determinação do mecanismo de acção da protéase principal do vírus SARS-CoV-2, que provoca a COVID-19 (a protéase principal do vírus é uma enzima fundamental para a sua sobrevivência no hospedeiro humano, sem a qual este não consegue replicar-se)
  • A apresentação de uma lista de compostos inibidores da protéase principal do vírus, com potencial para servirem de base para o desenvolvimento de fármacos para tratar infecções pelo vírus.

Segundo Maria João Ramos: “O nosso grupo de investigação está muito habituado a trabalhar na descoberta de fármacos e temos tido várias consultorias de empresas nacionais e internacionais nesse sentido. É, pois, com enorme entusiasmo e dedicação que o nosso grupo está a desenvolver este projecto que assume particular importância para nós, dado o significado que o mesmo assume actualmente e o seu impacto a nível mundial.”

Seguir:
Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
Exit mobile version