Fique em casa. O planeta agradece.

Por: André Gonçalves
Tempo de leitura: 2 min
Patrick Hendry - Unsplash

O planeta agradece. ou, pelo menos, é o que aparenta pelos primeiros relatos das melhorias na qualidade do ar. Alguns estudos da universidade de Stanford chegam a concluir que estas melhorias já atingiram valores recorde na China e, com isso, conseguiram salvar mais vidas que as que se perderam para este Coronavírus, em todo mundo. Mesmo nas cidades mais poluídas da Europa já se registam grandes melhorias, que ainda serão mais claras com o encerramento das indústrias, menor procura de combustíveis e aeroportos encerrados.

De louvar também a rápida aplicação de novos processos de teletrabalho que também abonam positivamente a favor da sustentabilidade ambiental, processos que, em situações normais, encontrariam muito mais barreiras por parte das entidades empregadoras.

Por outro lado, as necessidades de isolamento e desinfecção obrigam ao uso de toneladas de utensílios: luvas, máscaras e lenços de papel têm de ser descartados com altos riscos biológicos, impossibilitando os normais processos de reciclagem.

Voltamos a adoptar, também, embalagens descartáveis pela segurança acrescida que proporcionam, não queremos reutilizar sacos das compras e viajar em transportes públicos dá-nos arrepios.

Logo, esta falsa sensação de melhoria ambiental, será rapidamente dissipada – neste momento estão congelados todos os programas internacionais de prevenção das alterações climáticas, parámos as manifestações contra o aquecimento global e, infelizmente, por uma boa razão, neste momento.

Estamos totalmente focados em combater esta pandemia que nos assola, mas quando a vencermos, as indústrias vão voltar a trabalhar, os aviões vão voltar a descolar e os combustíveis vão voltar a subir. Nesse momento crítico de recuperação económica, as preocupações ambientais vão manter-se no final da lista.

Mas, quem sabe se, agora que todos devemos ficar em isolamento, em casa, não conseguimos arranjar algum tempo para reflectir sobre como algo que nos ameaça a curto prazo espoleta alterações tão radicais no nosso quotidiano, e uma ameaça latente, a médio prazo, nos deixa tão relutantes em mudar.

 

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