O que era básico ficou mais complexo

Por: Pedro Aniceto
Tempo de leitura: 3 min
Pixabay

Muitos dos pedidos que me vão sendo feitos por particulares, e algumas empresas, estão relacionados com tarefas que, hoje em dia, deveriam ser bem mais simples que, na realidade, são.

Um pequeno negócio, uma associação ou qualquer outra estrutura que não tenha grandes meios técnicos ou recursos humanos, precisa quase sempre de montar uma ‘frente Web’ para mostrar a sua actividade ou receber contactos de potenciais clientes.

Não faz muito tempo que um amigo me apontou a realidade da publicidade em automóveis, dizendo-me: «Há muita viatura decorada com endereço de e-mail, mas poucas com com o anúncio do seu site Web». É um facto inegável. As grandes companhias estão presentes, as pequenas refugiam-se em soluções alternativas. A qualquer negócio é possível abrir uma presença nas redes sociais (a quem é que eu quero enganar? No Facebook…), mas está longe de ser uma presença global e que não satisfará a maioria dos potenciais consumidores. Quem é que quer ter no feed uma presença de um negócio de cuja necessidade só esporadicamente se necessita? O consumidor é basta vezes preguiçoso e quer ir directo ao assunto sem buscas intermináveis. Porque é que mesmo o mais pequeno negócio não implementa um site?

Porque não é barato, porque não é fácil, porque não tem ferramentas básicas que lhe permitam uma versão ‘faça você mesmo’? As ferramentas para o fazer, na verdade existem mas requerem alguma capacidade técnica que os utilizadores não têm (ou julgam não possuir).

E nisto os fabricantes têm alguma “culpa” no cartório destas coisas. Se em tempos a Apple lançou ferramentas básicas e simples que permitiam a qualquer um lançar-se na “aventura” de construir projectos de forma simples, demitiram-se dessa vertente, descontinuando utilitários que lhes permitiam o orgulho de dizer «Fui eu que fiz», para os abandonar no mato sem cachorro ou mandá-los procurar soluções noutra freguesia.

Soluções que repito, existem, mas que são tecnicamente complexas e que requerem uma curva de aprendizagem que o Sr. Zé da Drogaria Ideal não tem tempo, nem paciência nem vontade de colocar a uso. E assim refugia-se no Facebook, local onde, no meio da multidão e do ruído cibernético, passa mais despercebido que um Maçarico no Aeroporto do Montijo…

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