As fronteiras que nos separam

Por: High-Tech Girl
Tempo de leitura: 5 min

Uma iniciativa: 46 milhões de euros para a igualdade de género nas tecnologias
É nos Estados Unidos, é verdade, mas não deixa de ser uma boa notícia. O investimento é de Melinda Gates, feito a partir da Pivotal Ventures, para desenvolver pólos tecnológicos ‘inclusivos’ em três cidades americanas nos próximos cinco anos.

A iniciativa é denominada GETCities (Gender Equality in Tech Cities) e visa aumentar o número de mulheres com licenciaturas em computação contratadas para trabalhar no sector tecnológico, assim como aumentar o capital investido em startups que tenham pelo menos uma mulher entre os fundadores. Ao anunciar o investimento no Twitter a mulher de Bill Gates escreveu: «Como tornar Silicon Valley mais inclusivo? Talvez o melhor seja começar noutro lugar».

Uma curiosidade: Pontos de vista do Google Maps
Sabia que em países onde os limites fronteiriços se encontram em conflito, cada lado da barricada vê no Google Maps as fronteiras de forma diferente? Nunca tinha pensado nisso, mas foi o que descobri ao ler um artigo do Washington Post.

Enquanto os mapas em papel podem trazer informação detalhada sobre as áreas em conflito, como, por exemplo, entre a Índia e o Paquistão, ou entre Israel e a Palestina, num ecrã isto torna-se confuso e complicado.

A Google afirma que a sua missão é proporcionar informação precisa e clara nos seus mapas. Tenta de alguma forma assinalar as zonas de conflito, mas empenha-se em manter a neutralidade perante estas questões. Assim, apresenta em cada região as fronteiras como estas são vistas localmente.

Um pensamento: Fala comigo!
Preciso de ouvir o mundo à minha volta, seja para me posicionar, localizar ou mesmo relaxar. Preciso de ouvir, de alguma forma, o trânsito (mesmo que seja lá ao fundo), tanto quanto preciso ouvir o mar. Mas reconheço que nada melhor que uns auscultadores ou auriculares para me focar no trabalho.

Tenho repetido à exaustão o quanto adoro a tecnologia e os seus frutos, mas isso não impede que questione a forma como, em certa medida, isto tem mudado a nossa relação com o mundo. Trago aqui três observações às quais não pretendo dar resposta, mas que geram alguma inquietação e que gostaria simplesmente de partilhar.

A retomar o início da conversa, a cada dia que passa, vejo mais pessoas a usar auriculares e dispositivos na rua ou mesmo em casa. E, às vezes, penso no poder que têm de nos isolar uns dos outros. As conversas de circunstância vão morrendo a pouco e pouco e vamos perdendo a noção da importância que podem ter para combater o isolamento das pessoas.

Sim, é verdade, como podemos estar isolados, se estamos ligados a absolutamente tudo? Mas a solidão é um facto e cresce a olhos vistos. E quando este isolamento se transpõe para dentro de casa, pode ser assustador. Penetrar no universo de um adolescente não costuma ser tarefa fácil, mas quando tem os auriculares postos é praticamente impossível. As tentativas de conversa espontânea são frustradas e o abismo entre gerações pode ganhar dimensões desnecessárias. Por fim, o silêncio. Será que sou só que preciso de silêncio para que os pensamentos se organizem, para que possa observar o que tenho o meu redor ou para poder fazer alguma introspecção?

Um produto: A fralda inteligente
E, por fim, para o bem das famílias, e não só, acaba de ser revelada a fralda que avisa quando o bebé a tem molhada. Uma inovação boa para os pais mas mais importante ainda para enfermeiras e cuidadores que têm ao seu cuidado mais do que uma criança. Investigadores do MIT desenvolveram um sensor de humidade que pode ser aplicado sob a camada absorvente da fralda.

Quando detecta alguma humidade, o sensor envia um sinal que pode activar uma notificação para smartphone ou computador. Os investigadores sublinham que o sistema tem baixo custo, o que faz com que a sua aplicação em fraldas descartáveis seja viável. Esta é uma utilização inicial para este sensor, que num futuro poderá ser também utilizado para monitorizar e detectar problemas de saúde.

Sou jornalista e tenho interesse pelos mais variados temas, mas a tecnologia vem em primeiro lugar. Gosto de escrever sobre e para mulheres porque estou farta de ouvir que tecnologia é uma coisa de homens.
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