Huawei Mate 30 Pro

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 10 min

A análise ao Huawei Mate 30 Pro foi uma das coisas mais difíceis que já fiz nestes quase vinte anos que levo de jornalismo tecnológico. Digo isto porque se trata de um dos melhores smartphones da actualidade (senão o melhor), mas que devido a brincadeiras políticas entre os Estados Unidos e a China, não inclui o sistema operativo Android completo.

O Android está lá, mas como é a versão básica (a de código aberto) faltam-lhe alguns dos componentes principais, nomeadamente os serviços Google. Estes servem para facilitar o trabalho dos programadores, dispensando-os de escrever todo o código quando necessitam de usar funcionalidades nas suas aplicações, como a segurança, a geolocalização, a loja da Google, entre outras.

Se o software que permite aceder a esses serviços não estiver presente no telefone, as aplicações podem não funcionar de todo, ou ter funcionalidades que não estão disponíveis, já para não falar das próprias aplicações da Google, como os Mapas, o Gmail ou a Play Store, que não podem ser instaladas.

No entanto, há esperança e no final deste texto vai ficar a saber como é que pode instalar os serviços Google e usar o Mate 30 Pro como ele foi pensado para ser utilizado.

Mas falemos do smartphone em si: o Mate 30 Pro tem um ecrã OLED curvo com 6,5 polegadas, que oferece uma resolução de 1176 x 2400, o que corresponde a uma densidade de pixéis de 409 ppp. Como ecrã é curvo, o único botão lateral é o que serve para ligar e desligar o Mate 30 Pro; os botões de controlo de volume desapareceram, dando lugar a controlos no ecrã.

Na parte de cima está um notch que serve para albergar o sensor de luz, a câmara de selfies com 30 MP e o sistema de reconhecimento facial 3D, semelhante ao que está no Mate 20 Pro, mas que nesta versão está substancialmente mais preciso e rápido. Na base está a gaveta para o SIM que permite usar dois cartões ou um cartão SIM e um cartão de memória Nano Memory Card da Huawei, que aumenta a memória de armazenamento disponível. A ligação ao carregador ou PC é feita através de uma entrada USB Type-C.

Na traseira estão as câmaras principais que têm uma configuração semelhante à do Mate 30 Pro. São quatro: uma grande angular com 40 MP, uma com teleobjectiva com 8 MP, uma ultra grande angular também com 40 MP e uma Time of Flight 3D, que serve para detectar a distância para o objecto que está a fotografar. Esta câmara é capaz de gravar vídeo 4K a 60 fps ou a 720p a um máximo de 7680 fps (ultra câmara lenta).

O Mate 30 Pro traz um chip Kirin 990 com oito núcleos de processamento: 2 Cortex-A76 a 2,86 GHz, 2 Cortex-A76 a 2,09 GHz e 4 Cortex-A55 a 1,86 GHz. Também estão presentes um processador gráfico Mali-G76 e um outro para tarefas relacionadas com inteligência artificial (com dois núcleos), desenhado pela própria Huawei. Este pode ser utilizado em terminais 4 ou 5G – dispositivo que está à venda oficialmente em Portugal é, para já, a versão 4G.

O Mate 30 Pro inclui ainda 8 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento, que, como já disse, podem ser ampliados através de cartões de memória. A bateria é de 4500 mAh.

Tal como escrevi no início, os serviços Google não estão presentes. Para tentar resolver esta dificuldade, a Huawei está a tentar convencer os programadores de aplicações a usarem os serviços HGS (Huawei Global Services), que conseguem fornecer quase as mesmas funcionalidades que os da Google. Mas, como as aplicações têm de ser reescritas para incluir estes serviços, infelizmente ainda há muito poucas (das que realmente interessam, como as das redes sociais, bancos, jogos, entre outras) disponíveis na App Gallery, a loja de aplicações da Huawei.

Quando recebi o Mate 30 Pro para testes, clonei o conteúdo do meu P30 e de todas as aplicações que passei para o Mate poucas funcionaram correctamente. Umas nem abriam, outras abriam, mas com funcionalidades que pediam um serviço da Google.

Uma das coisas que este Mate 30 Pro faz muito bem, sem qualquer tipo de alteração ao software, é fotografar. Nota-se bastante que o sistema de câmaras é uma evolução do que equipa o P30, mas com algumas diferenças: não está presente o sistema de zoom periscópico que está no P30 e que lhe dá capacidades de telefotografia impressionantes e a câmara grande angular tem um novo sensor de 40 MP.

As fotografias nocturnas são excelentes, mesmo sem usar o modo nocturno da câmara e a câmara Time of Flight ajuda o Mate 30 Pro a obter um efeito bokeh muito mais natural do que em soluções que recorrem apenas a software para o conseguir.

Nota-se bem que o chip Kirin 990 tem muito mais desenvoltura que o 980 que equipa o P30 e o Mate 20. A velocidade e fluidez na navegação são substancialmente maiores, até o arranque do telefone é um pouco mais rápido. Já o novo sistema de controlo de volume requer alguma habituação, porque, nos primeiros tempos, a inexistência de botões físicos é um pouco confusa.

No que respeita ao desempenho, o Mate 30 foi testado com o nosso conjunto de testes habituais: AnTuTu, PCMark e 3D Mark após a instalação dos serviços Google, visto que estas aplicações não estão disponíveis na loja da Huawei. Pode dizer-se é realmente uma máquina muito rápida, no AnTuTu chegou mesmo a ficar no topo do ranking, enquanto no PCMark, com 10 222 pontos, ficou em segundo lugar logo abaixo do Asus ROG Phone, que obteve 12 064. O teste em que ficou pior colocado foi no 3DMark, em que obteve apenas 65 876, um pouco longe do 89 903 do ROG Phone.

Nos testes de bateria, em que é simulada uma utilização real, conseguimos cerca de dezasseis horas o que deixa o Mate 30 Pro sensivelmente a meio da tabela dos dez melhores.

Como instalar a Play Store e serviços Google no Huawei Mate 30 Pro

Para instalar os serviços Google no Mate 30 Pro tem de ter uma pen USB com USB Type-C, um computador com ligação à Internet.
• Faça download do ficheiro ZIP com tudo o que precisa. Assim que os ficheiros estiverem no computador descompactem-nos;
• Copie as pastas ‘HUAWEI’ e ‘Google Pack’ para um USB externo;
• Ligue a pen USB ao smartphone e aceda à opção ‘Cópia de Segurança e Restauro’.
• Escolha ‘Restaurar Cópia de segurança do armazenamento externo’ (a pen USB que ligaram ao smartphone). A password para o restauro é androidgeek.pt1. Clique no botão inferior ‘Repor cópia de segurança’;
• Procure na gaveta de aplicações a LZPLAY e abra-a, dando todas as permissões solicitadas;
• De seguida, aceda através do gestor de arquivos à pasta Google Pack que está na pen USB e instale os seis APK pela ordem em que estão numerados.

Está feito! Basta abrir a Play Store fazer login e terá acesso a todas as aplicações Google. Fica a sugestão de, caso tenha alguma dúvida, ou necessite de esclarecimentos adicionais, aderir ao grupo Huawei Portugal no Facebook.

Tutorial cortesia de Androidgeek.pt


Distribuidor: Huawei

Site: consumer.huawei.com

Preço: €1099,99


Benchmarks

  • 3D Mark Ice Storm Unlimited: 65 876
  • Antutu Benchmark: 470 284
  • PCMark Work 2.0: 10 222
  • PCMark Battery (minutos): 960

Ficha Técnica:

Processador: Kirin 990. 2 x Cortex-A76 Based 2,86 GHz + 2 x Cortex-A76 Based 2.09 GHz + 4 x Cortex-A55 1,86 GHz, Mali-G76 de 16 núcleos, NPU com dois núcleos.
Memória RAM: 8 GB
Armazenamento: 128 GB, expansível até 256 através de cartões NM
Câmaras: 40 MP f/1.8 + 40 MP f/1.6, OIS + teleobjectiva 8 MP, f/2.4 abertura, OIS + 3D Depth Sensing Camera (traseiras) ; 32 MP, f/2.0 (frontal)
Ecrã: OLED, 6,53 polegadas, FHD+ 2400 x 1176
Bateria: 4500 mAh
Sistema operativo: EMUI10 (baseado no Android 10)
Dimensões: 73,1 x158,1 x 8,8 mm
Peso: 198 gr

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
Exit mobile version