Prevenir em vez de remediar

Por: High-Tech Girl
Tempo de leitura: 3 min

Veio a Lisboa a representar a start-up que fundou há muito pouco tempo e venceu o concurso de pitch da Web Summit 2019. Quer usar nano sensores para revolucionar a forma como a saúde é monitorizada.

Eram novecentas start-ups e só uma podia ganhar. A vencedora foi a Nutrix, cujo projecto apresentado na competição da Web Summit explicava como pretendem monitorizar a diabete através de um sensor não-invasivo ‘colado’ ao dente e que tem como principal função analisar os níveis de glicose encontrados na saliva do seu utilizador.

A startup é suíça e tem como CEO e co-fundadora Maria Hahn, que fez o pitch em Lisboa. Com formação na área de Gestão e Marketing, uma experiência de dez anos no sector da saúde dentária e um grande entusiasmo pela tecnologia e a sua aplicação no sector da saúde, Maria inscreveu-se num bootcamp de tecnologia a inovação do MIT no início deste ano. E foi aí que surgiu o projecto da Nutrix, criado em parceria com o designer industrial Nikhil Singh.

O biossensor concebido pela start-up é colado ao dente numa posição que o torna invisível, mas que permite a análise da saliva do utilizador. Os dados são enviados para uma aplicação onde podem ser acompanhados de forma sistemática. O foco inicial é na monitorização da glicose, para o apoio de doentes com diabetes. Mas o objectivo dos responsáveis pela Nutrix é muito mais ambicioso: querem revolucionar o futuro da medicina, ao passar a prioridade do foco dos médicos e da monitorização para as pessoas saudáveis, antes da doença, e não fazê-lo quando o mal já está instalado, como é feito hoje em dia.

Maria Hahn assegura que este sensor, além de mais eficaz e de dimensões reduzidas, é cerca de 50 por cento mais barato que os sensores existentes actualmente no mercado. Apesar de começarem por analisar a presença de glicose na saliva, os sensores têm capacidade de, no futuro, identificar e monitorizar muito mais.

A Nutrix está incubada no Hospital Infantil da Basileia, na Suíça, e conta com a colaboração da Universidade de Helsínquia. O nano sensor que desenvolvem deverá estar disponível no mercado dentro de entre três a cinco anos.

Sou jornalista e tenho interesse pelos mais variados temas, mas a tecnologia vem em primeiro lugar. Gosto de escrever sobre e para mulheres porque estou farta de ouvir que tecnologia é uma coisa de homens.
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