Conheça os sete “sabores” oficiais do Ubuntu

Por: André Paula
Tempo de leitura: 8 min

Uma das perguntas que mais me fazem é qual a distribuição que devem começar a usar. Conforme mencionei em outros artigos, o meu conselho é o Ubuntu, devido a ser: simples, estável e com um bom apoio técnico.

Como é apanágio dos quatro pilares que regem o software livre, o Ubuntu tem um ambiente gráfico padrão (Gnome Shell), mas existem outras alternativas oficiais, que são mantidas pela comunidade com objectivo de dar liberdade aos utilizadores para escolherem a que mais gostam, mantendo a mesma base sólida: Ubuntu. Neste artigo, vamos mostrar quais são.

Kubuntu
Tenho vindo a acompanhar com bastante interesse o seu desenvolvimento e amadurecimento, muito devido ao crescimento do KDE Plasma, o ambiente gráfico padrão. Esta escolha é uma excelente aposta, pois o visual é muito parecido com o do Windows, o que facilita a adaptação de qualquer novo utilizador. Algumas funcionalidades do KDE Plasma tornam o Kubuntu uma boa escolha para o chamado uso ‘normal’ de qualquer pessoa, como o recurso a software desenvolvido pela comunidade KDE. Isto evita a instalação-extra de aplicações e garante uma melhor integração, evitando problemas; além disso tem boa compatibilidade com multimédia, tem das melhores integrações com dispositivos móveis (usando o KDE Connect) e uma melhor optimização da bateria para a maioria dos portáteis. Um aspecto negativo é o gestor de pacotes Discover, que infelizmente ainda tem muitos bugs. Apesar disto, esta é das melhores distribuições para instalar.
kubuntu.org

Lubuntu
Ainda sou do tempo em que esta distribuição era recomendada apenas, e só, para instalação em computadores com hardware mais antigo – nem sequer passava pela cabeça usá-la com hardware moderno. Esta parecia uma distribuição morta num contexto evolutivo, mas a equipa do Lubuntu resolveu mudar de visual, com a introdução do novo ambiente gráfico o Lxqt, e teve visão para perceber que a arquitetura de 32bits tem os dias contados. Estou convencido de que, em 2020, vamos ter uma versão LTS 20.04, rápida e leve em arquitetura de 64bits, continuando à mesma a garantir o menor consumo de recursos possível.
lubuntu.net

Xubuntu
Esta foi das distribuições que usei durante mais tempo nos primeiros anos em que usei Linux, muito devido à leveza e estabilidade do ambiente gráfico Xfce. A Xubuntu proporciona uma experiência suave e agradável, mantendo um desempenho equilibrado de aplicações vs. hardware. É daquelas distribuições que, após instalar, funciona e funciona bem, apesar de o Xfce não ser um ambiente gráfico tão bonito, quando comparado com o KDE Plasma. Porém, personalizar é muito simples e rapidamente vão ter o sistema ao vosso gosto. No entanto, parece que o Xfce ‘parou um pouco no tempo’ e o seu desenvolvimento é lento e pouco inovador, o que faz dele uma boa aposta para quem pretende estabilidade.
xubuntu.org

Ubuntu Mate
Da primeira vez que usei o Ubuntu Mate fiquei rendido a sua simplicidade. O ambiente gráfico escolhido é o Mate, uma ramificação do Gnome 2 e tem algumas semelhanças com o Xfce, mas, no meu ponto de vista, é mais polido e actual. O seu desenvolvimento demonstra um grande esforço em equilibrar os recursos do computador da melhor maneira, sendo possível correr uma versão do Ubuntu Mate num Rasperry Pi, bem como em alguns mini laptops como o TopJoy Falcon e o GPD Pocket. Este Ubuntu destaca-se pelo Mate Tweak (para personalizar o sistema de forma simples), o Mutiny (recria o visual do Unity, o antigo visual padrão do ambiente gráfico Unity do Ubuntu), o Software Boutique (com aplicações sugeridas para instalação rápida) e o HUD (heads-up display), uma característica herdada do antigo Unity 7 que permite pesquisar por opções nos menus das apps carregando apenas na combinação da tecla ‘Alt’ com a da letra da palavra que procuram na aplicação.
ubuntu-mate.org

Ubuntu Kylin
Esta é uma das distribuições que instalei há três anos. A experiência não foi das melhores, porque o foco deste projecto é ajudar os utilizadores da China. Por isso, não só na instalação, como no software center da distribuição, ainda tinha muita coisa em chinês. Passados três anos, as coisas mudaram: a instalação melhorou e o ambiente gráfico agora é o Ukui, desenvolvido pela equipa do Ubuntu Kylin, muito parecido ao Windows – aliás, é praticamente uma cópia do visual. Este ambiente gráfico tem uma série de funcionalidades e aplicações amigáveis, que tornam a migração dos utilizadores que usam Windows mais simples. Apesar de ser possível instalar em inglês, o Software Center aparece em chinês e, claramente, o foco não mudou.
ubuntukylin.com

Ubuntu Budgie
O Ubuntu Budgie é o exemplo ‘perfeito’ de como é possível usar Linux sem recorrer ao Terminal. A forma como foi, e continua a ser, desenvolvido é uma demonstração de simplicidade e beleza que até chateia. O ambiente gráfico Budgie deriva do Gnome Shell e, por isso, o ideal é ser instalado em computadores com hardware mais recente. Aqui, temos uma série de funcionalidades únicas – a equipa de desenvolvimento da distribuição melhorou-as e desenvolveu mais algumas, a pensar claramente na produtividade e no uso apenas do rato para qualquer tarefa. Gosto particularmente do ‘Welcome’ porque basta esse menu inicial para configurar todo o sistema e começar a usar. Ainda tem alguns bugs e a fluidez muitas vezes deixa a desejar, no entanto é uma distribuição perfeita para quem pretende quer começar logo a usar.
ubuntubudgie.org

Ubuntu Studio
A Studio está orientada para multimédia, o que significa que vem carregada de software para as mais variadas necessidades como edição de áudio, gráficos, vídeo, fotografia e publicação. Software não vai faltar e, sinceramente, até de mais, mas felizmente é possível, durante o processo de instalação, escolherem os programas que querem instalar, como aparece no guia deste mês. É possível instalar as funcionalidades do Ubuntu Studio no Xubuntu, no Kubuntu ou em outra distribuição derivada do Ubuntu que tenha os repositórios necessários. O ambiente gráfico escolhido é o Xfce, garantindo assim um sistema leve, estável e optimizado para as exigências necessárias de edição.
ubuntustudio.org

Conclusão
O Ubuntu é a base para as mais variadas distribuições, todas elas diferentes, mas todas com a mesma base, o que significa que não importa a escolha, se a versão padrão ou outra alternativa oficial, porque no final estão a usar o Ubuntu.

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Estar sempre actualizado com as novidades tecnológicas é para mim importante, em especial com tudo o que esteja relacionado com open source, linux e software livre, por isso tenho um podcast e escrevo sobre estes temas.
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