O que matou a estrela do YouTube?

Por: Alexandre Gamela
Tempo de leitura: 2 min

O suicídio de um YouTuber norte-americano lançou o debate sobre a saúde mental das estrelas online. Há miúdos que querem ser youtubers. Não vou questionar isso, as minhas opções de carreira na idade deles eram ser astronauta e/ou avançado do Benfica, ambas perfeitamente válidas na altura.

Mas lidar com o abuso dos trolls e com as pressões do estrelato online, muito mais solitário que estrelatos de outro tipo, é algo que a maioria de nós não sabe fazer. Acho que ninguém sabe ainda. E não é só no YouTube: um estudo de 2017 diz que o Instagram é a pior rede social para a nossa saúde mental, o que é um exagero. O Twitter é bem pior.

Há instagrammers que ficcionam uma vida que choca com as vidas reais de outros. A frustração é uma sombra que pesa nos dois lados: dos que vivem uma mentira e o sabem; dos que a invejam e se sentem desadequados por ela. E há os que apenas estão na rede e são atacados, porque sim.

Para reduzir o bullying, o Instagram agora pergunta se temos a certeza que queremos postar aquele comentário. O truque é dar tempo para reflectirmos no que estamos a fazer. Mas não chega. É preciso dar apoio e estrutura às estrelas e aos seus seguidores, quer como utilizadores, quer como pessoas.

No YouTube, no Instagram, em qualquer outra rede, o importante é olhar o outro nos olhos, e desenvolver a capacidade que nos ajudou a sobreviver como indivíduos e como espécie: a empatia. Talvez assim os sonhos destes miúdos não se transformem em pesadelos.

Se não se sentem bem, ou se conhecem alguém que está em sofrimento, procurem ajuda. Em Portugal, podem ligar gratuitamente para o 800 209 899 do SOSVozAmiga.org, entre as nove e a meia-noite. E não precisam de o partilhar nas redes.

A mirar o espelho negro das redes sociais desde ainda antes de haver uma série de TV sobre isso.
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