Total War: Three Kingdoms

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

Todos os jogos da série Total War são um misto de um jogo por turnos (em que se faz uma gestão macro da nossa facção, onde se pode decidir que tipos de unidades se constroem, que melhoramentos se podem fazer e também outras coisas espionagem e diplomacia) e de um jogo de estratégia em tempo real (em que fazemos uma gestão micro das unidades durante as batalhas).

Em muitos casos, Total War é um simulador que permite mesmo recriar batalhas que aconteceram realmente, reproduzindo ao pormenor unidades que cada lado tinha e o terreno. Outra coisa que distingue a componente de estratégia em tempo real de Total War dos outros jogos de estratégia é o facto de, durante as batalhas, não haver hipótese de se criarem mais unidades – por isso, o jogador tem mesmo de gerir com cuidado os recursos que tem à disposição.

Do livro para o ecrã
Total War: Three Kingdoms é baseado no Romance dos Três Reinos (por muitos considerado o equivalente da Ilíada, na China) que está cheio de personagens fortes e carismáticas, romance, intriga e muitas batalhas pelo meio. Pondo de parte o folclore e os exageros, o Romance dos Três Reinos é considerado um relato mais ou menos credível dos acontecimentos turbulentos que se passaram na China entre os anos de 169 e 280 antes de Cristo.

Visualmente, Total War: Three Kingdoms é um jogo muito agradável, está cheio de efeitos atmosféricos, iluminação dinâmica e paisagens pintadas a fazer lembrar aguarela. As personagens também estão muito bem desenhadas e com muito detalhe. As suas conversas, que podem estar em chinês, se quiser, emprestam-lhes algum realismo e personalidade ao ponto de se começarem a ficar impacientes quando se demora muito a terminar uma jogada.

Complexo, mas não muito
Um dos principais problemas deste género de jogo é a complexidade da interface. Neste caso, apesar de ser completa, não é nada complicada de ler: nota-se a experiência passada da editora em criar muitos jogos deste tipo.

Como referi, parte deste jogo é passada em tarefas diplomáticas, a criar alianças que podem vir a ser convenientes mais tarde. Em Three Kingdoms a coisa complica-se um pouco mais porque, enquanto que em jogos anteriores era fácil subornar os aliados para deixarem passar os nossos erros ou pequenas traições, neste jogo eles são muito mais difíceis de contentar, já para não falar na esquizofrenia de alguns dos aliados, que podem, a certa altura serem os melhores companheiros, para no momento seguinte estarem a declarar-nos guerra.

O combate em Total War: Three Kingdoms tem dois “sabores” diferentes consoante o modo em que está a jogar: ‘Romanc’e ou ‘Historical’, este último o mais próximo de uma simulação a que Three Kingdoms consegue chegar. Tal como acontece nos outros jogos de Total War, não é necessário jogar manualmente todas as escaramuças em que se mete, uma vez que existe um modo automático que resolve as batalhes menos importantes por si. Por experiência própria, nestes casos, quem tem mais soldados normalmente ganha. No modo ‘Romance’, os nossos generais assumem poderes de semideuses e são capazes de dar conta sozinhos de unidades inteiras dos exércitos inimigos. Aqui, à medida que o tempo passa, os poderes dos generais vão ficando maiores e podem entrar em duelos entre si. Tal como noutros jogos da série, existe um conjunto de batalhas reais que podem ser simuladas com reproduções fiéis das unidades e do terreno.


Editora: Sega

Distribuidora: Ecoplay

Site: totalwar.com

Disponível para: PC

Preço: €59,99


Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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