Chegou o DisplayPort 2.0

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

Na batalha das normas de ligação de dispositivos a ecrãs, toda a gente conhece o HDMI que está presente em praticamente todos os monitores e televisores vendidos hoje em dia.

Os responsáveis pelo menos badalado DisplayPort, reservado para utilizações em monitores e placas gráficas, acaba de receber a maior actualização da sua história que lhe pode permitir chegar a mais dispositivos no futuro.

Originalmente a ligação DisplayPort foi desenhada para substituir a VGA e DVI que dominavam o mercado no início do século XXI.

O VESA Group é a entidade responsável pela norma DisplayPort. Esta organização inclui marcas como a Dell, Lenovo, HP, Oculus, Apple e Nvidia entre outras. No entanto, grande parte destas empresas também apoia a norma HDMI, só para não ficarem de fora. Mas, como foi mencionado a DisplayPort foi pensada para utilização em computadores, enquanto a HDMI foi para dispositivos maioritariamente de entretenimento, como os televisores.

As ligações DisplayPort usam normalmente dois tipos de ligações: a de tamanho completo e o Mini DisplayPort que está a evoluir para outros tipos de ligações, mais reconhecíveis e utilizadas.

Desde o início que esta tecnologia de ligação foi concebida para conseguir transportar sinais de áudio e vídeo num único cabo, tendo os designs técnicos sido concebidos pela Sony, Philips, Maxell e Lattice. A primeira versão do DisplayPort, a 1.0, foi anunciada em 2006.

Esta primeira versão oferecia uma largura de banda máxima de 10,8 Gbps, sensivelmente o dobro da disponibilizada por uma ligação DVI naquela altura. A seguir surgiram as normas 1.1 e 1.1a e em 2010 foi lançada a versão 1.2. A DisplayPort 1.3 e DisplayPort 1.4 surgiram em 2014 e 1016 respectivamente. À medida que a novas versões foram sendo lançadas a largura de banda máxima triplicou ao longo destes anos.

Uma das áreas em que o DisplayPort fez a diferença foi no mercado dos jogos. Esta tecnologia continua a ser um requisito essencial para os ecrãs que disponibilizam a tecnologia G-Sync da Nvidia, que serve para reduzir os artefactos de imagem em cenas mais movimentadas. O que a nova versão do DisplayPort vai trazer é resoluções e taxas de actualização mais altas, o que, de certeza, vai consolidar ainda mais a sua presença neste mercado.

A norma 2.0, agora anunciada estava prevista para 2017, mas foi atrasada para permitir mais tempo de desenvolvimento, possivelmente para conseguir acompanhar a evolução do HDMI. O DisplayPort 2.0 é uma grande evolução a partir da versão 1.4a. A largura de banda máxima passou para 77,4 Gbps (a 1.4a só ia até aos 25,92 Gbps), as imagens com resolução 4K e HDR já podem ter uma taxa de actualização máxima de 144Hz e a resolução máxima de um único ecrã passou para os 16K (15360 por 8460 pixeis), a 60 Hz.

Trocando isto por miúdos, com o DisplayPort 2.0 vai poder ter três monitores 4K a funcionar em simultâneo a 90 Hz, ou dois monitores 8K a 120 Hz. Apesar de existirem poucos monitores 8K e muito menos monitores 16K, isto quer dizer que, quando existirem, esta norma será capaz de os utilizar.

Apesar de todos os avanços, todo o hardware antigo vai continuar a poder ser utilizado em conjunto com hardware que esteja certificado para a nova norma (mas claro que nunca às velocidades da mais recente). Também continua o suporte para USB-C e Thunderbolt 3 o que torna o DisplayPort 2.0 mais apetecível para utilização num grande conjunto de dispositivos.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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