Days Gone

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

Os primeiros momentos deste jogo exclusivo para PS4 mostram-nos um mundo à beira do abismo, com um apocalipse zombie já em velocidade de cruzeiro. O protagonista é um motoqueiro chamado Deacon St. John que tenta desesperadamente salvar a sua mulher que foi ferida por uma criança que a apunhala quando ela a tenta ajudar. No final da primeira cutscene a mulher entra para um helicóptero e, supostamente, é levada para um lugar seguro. Quando St. John tenta saber o que aconteceu à mulher, apenas encontra um campo infestado de zombies e um helicóptero despenhado.

A acção do jogo começa dois anos depois: St. John e o seu amigo Boozer são drifters, pessoas que fazem vários trabalhos para líderes que gerem comunidades sobreviventes ao apocalipse. Mas isto não é nada fácil, porque o mapa está cheio de zombies, e gangues que apenas querem matar e roubar quem passe dentro do seu raio de acção.

Tudo isto é engraçado porque, apesar de um vírus ter eliminado grande parte da humanidade, no momento em que o jogo se passa, ninguém está especialmente interessado em eliminar as hordas de zombies que andam pelo mapa e que, potencialmente, podem infectar os poucos que sobreviveram.

A acção em Days Gone divide-se em três tipos de missões: as bounties, que nos são dadas pelos chefes dos acampamentos de sobreviventes; as acções ocasionais, desencadeadas quando passamos junto ao sítio onde estão a decorrer (por exemplo quando se encontram pessoas que estão a tentar sobreviver a uma horda de zombies); e as da história, que estão encadeadas entre si e nos são atribuídas assim que completarmos a anterior. Se, no início, é interessante, ao fim de uma hora já estamos fartos de fazer as mesmas coisas. A única coisa que nos manteve a jogar foi saber o que aconteceu à mulher de St. John. Tudo resto é ‘lavar, secar e repetir’.

Visualmente é um jogo interessante, tem um cliclo noite/dia bem conseguido e efeitos meteorológicos realistas. Mas, infelizmente, Days Gone transpira amadorismo, principalmente se olharmos para o contexto de qualidade dos últimos exclusivos para PS4 apoiados pela Sony. Dou alguns exemplos: Deacon tem uma lanterna que, quando é ligada, não aparece na mão da personagem, nem tão pouco é uma daquelas para pendurar, como a de Lara Croft, é apenas um halo que surge à frente dele. Depois temos os snipers que encontramos pendurados em árvores: estão sempre na mesma zona das árvores, qualquer que seja a situação (e acertam sempre quando disparam). O sistema de detecção da nossa personagem por parte dos adversários é errático: tanto podemos passar à frente de um inimigo e ele não reagir à nossa presença, como somos detectados quando estamos parados, escondidos atrás de um qualquer objecto, completamente fora do alcance visual ou auditivo.

O sistema de combate é semelhante ao de tantos jogos deste tipo, com cover e armas que se desgastam com o uso. Isto obriga-nos a gerir bastante bem o inventário sob pena de ficarmos sem armas à frente de um zombie, ou pior. A nossa moto precisa de gasolina, que também se gasta, e já me aconteceu ter de andar a empurrá-la até encontrar um jerrycan. Um aspecto interessante é o auto-aim estar desligado por defeito em modo de dificuldade média, o que nos dá o desafio-extra de aprender a controlar as armas.


Editora: Bend Studios

Distribuidora: Sony

Site: playstation.pt

Preço: €69,90

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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