Investigadores da Universidade de Aveiro desenvolvem um processador fotónico

Por: Luis Vedor
Tempo de leitura: 3 min
Universidade de Aveiro

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um processador fotónico a pensar na próxima geração de satélites de comunicação. Levar a Internet à metade da população mundial excluída da rede global é o grande objectivo do trabalho publicado na revista Nature Communications.

“O trabalho apresentado na Nature Communications foi a primeira demonstração em tempo real de um processador fotónico capaz de processar quatro sinais de entrada, cada um com um débito de 1 gigabit por segundo e uma frequência de 28 gigahertz, inserido num sistema baseado em satélites de comunicação para recepção de dados”, congratulam-se Vanessa Duarte, Miguel Drummond, João Prata e Rogério Nogueira, investigadores no Instituto de Telecomunicações na UA.

O satélite de comunicação recebe vários sinais de alto débito provenientes de diferentes partes da Terra, pelo que é necessário um processador para separá-los, processá-los e enviá-los de volta ao planeta.

Se actualmente os processadores utilizam sinais de radiofrequência (RF) e a tecnologia digital para realizar essa missão, motivo pelo qual o acesso à Internet via satélite é caro e com uma qualidade bem abaixo da do acesso através da fibra óptica, o processador fotónico da UA “promete revolucionar o acesso à rede global”.

“Como poucos satélites servem milhares de milhões de pessoas é necessária uma capacidade muito mais elevada do que a actual. A chave para desbloquear tal capacidade reside em aplicar um processador potente como parte nuclear do satélite, algo que as tecnologias RF e digital actualmente não conseguem obter”, explicou Vanessa Duarte.

O novo chip, para além de ter um peso, custo e consumo energético muito mais reduzido do que os actuais processadores, tem a capacidade de aumentar a capacidade de transmissão de dados e dar ao satélite uma cobertura flexível.

“O lançamento de satélites de nova geração permitirá colmatar a lacuna digital existente e fazer chegar a Internet a sítios remotos onde ela não existe”, explicou Miguel Drummond. Para além disso, aponta o investigador, “esta inovação abre ainda caminho para a introdução de tecnologias emergentes em serviços de comunicação via satélite, nomeadamente serviços 5G e IoT”.

O artigo agora publicado na Nature Communications surge na sequência do estudo anterior de um processador fotónico para aplicação na nova geração de satélites de comunicação, vencedor do prémio de inovação Altice International Innovation Award 2018, e do prémio Born from Knowledge Awards, entregue pela Agência Nacional de Inovação.

Via: Universidade de Aveiro (UA).

Por: Luis Vedor
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