Sente-se entediado? Eu também

Por: Pedro Aniceto
Tempo de leitura: 3 min
Apple/ iPhone XR

Um tédio! A linha de produtos Apple é actualmente um tédio! Na verdade ainda é um aborrecimento de alto nível, mas não deixa de ser um tédio… avizinha-se um evento Apple que já há algum tempo tem data de calendário (25 de Março) e que já terá sucedido quando este exemplar lhe chegar às mãos.

Nunca gostei muito de futurologia, mas no estado actual da arte dos rumores, fugas e factos da informação Apple, parece consistente a teoria de que apenas serviços serão apresentados durante este evento.

«E que rumores são esses?», perguntarão os mais distraídos… ventila-se a possibilidade de serviços de subscrição de vídeo e notícias que poderão ser integrados em hardware como iPad, iPhone e Apple TV (lembram-se da palavra tédio? É possível que sim…). Algum deste hardware é de 2016…

É preciso recordar que houve em 2015, durante a WWDC alguns anúncios de serviços que nunca chegaram a ser nada de significativo (em termos globais), nem tudo dá lantejoulas. O Apple News, um serviço premium noticioso lançado com o iOS 9 (apenas para os EUA e só mais tarde – anos mais tarde – para o Canadá e Austrália) nunca chegaram a mais lado algum…

Se alguma comparação for possível com os serviços de música que foram disponibilizados para cerca de cem países no primeiro dia de serviço (cento e tal actualmente), percebe-se a enorme diferença entre um passeio no parque e algo que parece bem mais complexo de montar globalmente. A Apple não esteve completamente parada nesta questão. Os países nos quais o serviço trabalha viram surgir actualizações, e houve mesmo a implementação do serviço no Mac OS Mojave.

Em 2018 a Apple comprou uma empresa cujo serviço de assinaturas é reconhecidamente quase exemplar. Estou a falar da Texture, uma app que tem como clientes grandes grupos de publishing com nomes muito relevantes entre os títulos disponibilizados. Arrisco até dizer (sem grande receio de falhar) que a Texture é a Netflix das revistas… o que a tornou deveras apetecível do que para aí poderá vir a curto prazo.

No entanto, a Apple mostrou que foi possível reinventar o mercado da música mas está por provar que seja possível fazer o mesmo com o mundo das notícias. Confesso que tenho algumas dúvidas sobre a apetência do mercado europeu para subscrições noticiosas (até nas de revistas). Estaria o leitor disposto a ler-me por ter comprado uma subscrição de um saco de publicações por dez euros por mês, por exemplo? Não sei, mas também não é a mim que compete ajuizar sobre esta matéria…

E também nada garante que seja isto que se vai passar no dia 25. Mas estaremos cá para ver. Entediados de algum modo, mas estaremos.

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